LÍDER INDÍGENA

Quem era cacique Merong Kamakã, encontrado morto em Brumadinho

Cacique Merong era conhecido pelo processo de retomada em que atuava como liderança no Vale do Córrego de Areias; ele foi encontrado morto na segunda-feira (04/03)

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Pertencente ao povo Pataxó-hã-hã-hãe e da sexta geração da família Kamakã Mongoió, o cacique Merong Kamakã foi conhecido pelo processo de retomada em que atuava como liderança no Vale do Córrego de Areias, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e pela luta e defesa dos direitos dos povos indígenas e originários.

Merong lutava pela Retomada Kamakã Mongoió, em Brumadinho. A área era ocupada pela Fazenda Córrego de Areias, reivindicada pela mineradora Vale. Atualmente, o local está em processo de reintegração de posse na Justiça

O líder indígena foi encontrado morto na manhã da última segunda-feira (4/3). A primeira informação é de que ele teria cometido suicídio. Mas a Polícia Civil investiga se o líder indígena foi assassinado. Ele morreu aos 37 anos e deixa dois filhos.

O cacique nasceu em Contagem, também na Grande BH, e, na infância, foi morar na Bahia. Para o cacique, a terra significava vida e espiritualidade, razão para defendê-la ao máximo. "No momento em que a terra é explorada indevidamente, ela nos dá o retorno da sua dor", dizia,

Ele atuou também, no Rio Grande do Sul, e participou ativamente da Ocupação Lanceiros Negros.

Conforme informações do Museu Nacional dos Povos Indígenas e do Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva, Merong disse que "guiado pelo Grande Espírito, sentiu que precisava voltar às terras ancestrais na região de Brumadinho protegendo-as da destruição que a assola e a ameaça constantemente".

As "Lutas de Retomadas de Territórios" são consideradas pelas lideranças indígenas e xamãs atos sagrados de recuperação de terras, lugares, águas e de vida, que lhes foram tirados pelos invasores colonizadores e pela expansão de empreendimentos, como a mineração. “O indígena carrega uma carga histórica de sofrimento. Precisamos mostrar que não somos privilegiados. Somos parte do povo que sobreviveu a grandes massacres”, afirmava.

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