Uma equipe de pesquisadores da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Unidade de Frutal, na Região do Alto Paranaíba, em um movimento pioneiro, vem realizando estudos que utilizam resíduos da agroindústria para a criação de biocarvão; o mesmo é produzido através da pirólise, que é um processo que transforma biomassa em um produto rico em carbono em um ambiente com limitação de oxigênio.
Segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa da UEMG, atualmente, o grupo Brunozzi, está realizando um experimento com a ideia em uma plantação de cana-de-açúcar de 7 hectares. Este estudo visa validar o potencial do biocarvão para o setor sucroenergético, com os pesquisadores da UEMG avaliando as melhores práticas de manejo e os impactos no crescimento da cana-de-açúcar.
“O biocarvão tem demonstrado potencial para melhorar significativamente as propriedades do solo, aumentar a produtividade das colheitas e contribuir para o sequestro de carbono, um passo crítico na luta contra as mudanças climáticas”, destacaram os pesquisadores Alan Machado e Osania Ferreira, que lideram a pesquisa.
O projeto, que conta com uma equipe multidisciplinar, é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), com investimentos que somam cerca de R$ 700 mil.
"Estamos na vanguarda de uma pesquisa que pode não apenas melhorar a sustentabilidade e produtividade na agricultura, mas também contribuir significativamente para a mitigação (limitar danos ou efeitos negativos) das mudanças climáticas", complementam os pesquisadores.
A equipe multidisciplinar do projeto ainda conta com os pesquisadores Adriana Alves (microbiologia e análise físico-química de solo), Elisângela Aparecida da Silva (fisiologia vegetal), João Fischer (estatística, mecanização e irrigação), Leandro Pinheiro (perdas de solo), Gustavo Gravatim (qualidade tecnológica da cana-de-açúcar) e com a engenheira agrônoma Mariana Silvério.
“Esta diversidade de conhecimentos sublinha a abordagem holística do estudo, garantindo uma compreensão abrangente dos benefícios do biocarvão. Este projeto destaca a UEMG como um centro de excelência em pesquisa agroindustrial e também coloca o Brasil no mapa como líder em inovações sustentáveis no setor agrícola”, ressaltou trecho de nota da assessoria de imprensa da UEMG.