Em meio aquela que se anuncia como a pior epidemia de dengue da história, Minas Gerais se prepara para enfrentar o período sazonal de doenças respiratórias. A já vista sobrecarga nas unidades de saúde pode se agravar nas próximas semanas, diante da explosão de síndromes respiratórias, especialmente em crianças.
Com a mudança brusca de temperatura, típica da chegada do outono, as doenças respiratórias, como gripe, resfriados, pneumonias e bronquiolites, são esperadas entre março e julho. “O mosquito Aedes aegypti não combinou com o vírus sincicial respiratório, então nós temos os dois ao mesmo tempo. Aí o esforço é grande. Nós não teremos sossego”, declarou o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (12/3).
O chefe da pasta prevê uma confusão nas unidades de saúde, já que ambas doenças têm sintomas semelhantes, como a febre. “Em um momento em que a gente vem com esse período grande de arboviroses, lá no pronto-atendimento se filtra aquilo como dengue ou chikungunya, mas no decorrer do atendimento se percebe tratar de uma doença respiratória. É um momento difícil. Nós temos que diferenciar bem esse fluxo”, disse.
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À medida que o cenário evoluir, os novos leitos de terapia intensiva abertos, em fevereiro, no Hospital Infantil João Paulo II, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para enfrentamento da dengue irão migrar gradualmente para atendimento das síndromes respiratórias. “Conversei hoje com o secretário municipal de Saúde, Danilo, para que a gente faça essa transição no momento mais oportuno. A pediatria, em especial, vai sofrer muito em março”, afirma Baccheretti.
Com sete pediatras no quadro, a unidade abre até o fim do mês 10 leitos para atendimento de doenças respiratórias. "Não temos uma pressão hoje, temos leitos vagos, mas já vamos deixar preparado para o fim do mês. Elas (as doenças respiratórias) atacam nesse período de outono, então já é automático nossos preparativos para esse período", disse.