KAMAKÃ MONGOIÓ

Reunião do povo indígena de Cacique Merong é surpreendida por sons de tiro

Incidente aconteceu na tarde dessa sexta-feira (15/3) em região próxima à cachoeira batizada com o nome do cacique

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Uma reunião da comunidade indígena Kamakã Mongoió, de Brumadinho, na Grande BH – e a qual pertencia o cacique Merong, encontrado morto na manhã do dia 4 de março – foi surpreendida por sons de disparo na tarde dessa sexta-feira (15/3). O incidente ocorreu em região próxima à cachoeira batizada com o nome do cacique durante acompanhamento da comunidade com ONGs parceiras.

“Possivelmente, não foi um ataque. Não conseguimos dizer o que foi, exatamente, mas foram tiros disparados de uma cachoeira no nosso território. Ficamos apreensivos, porque não sabíamos o que estava acontecendo, se era alguém tentando colocar medo na gente ou mandar algum tipo de recado”, afirmou o cacique Rogério, irmão do cacique Merong, ao Estado de Minas.

“Mas a gente não se intimidou; estamos firmes e fortes. Acionamos a Polícia [Militar de Minas Gerais (PMMG)], que disse ter feito uma varredura e não encontrou nada. Também tem muito caçador na região e pode ter sido um deles, mas por causa do que aconteceu com meu irmão, ficamos apreensivos. Acionamos as autoridades e a proteção e estamos preparados, resguardados, para que não venha a acontecer nada com a gente, afinal só queremos segurança e proteção do nosso território”, acrescentou.

De acordo com a comunidade, a PMMG levou cerca de duas horas e meia depois do chamado para chegar ao território. A corporação foi questionada sobre a demora do atendimento, mas ainda não deu retorno à reportagem. O espaço continua aberto para quaisquer pronunciamentos.

Na próxima terça-feira (19/3), ocorrerá a Audiência Judicial na Justiça Federal sobre o processo que a mineradora Vale move contra a retomada do povo Kamakã Mongoió, e parceiros da comunidade acreditam que os eventos podem estar relacionados.

“Estamos firmes na luta, a gente não vai arredar o pé. Queremos a demarcação do nosso território, e se for para tirar a gente de lá, vai ter que tirar junto com meu irmão ou nos enterrar junto com ele. Queremos nossos direitos”, disse o cacique Rogério. “Não é barulho de tiro, ameaça que vai nos afastar de lá, porque a gente é forte, sabemos lutar, como dizia meu irmão, que era guerreiro. Então isso não vai trazer medo aos nossos corações."

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