Os hospitais abertos em Belo Horizonte exclusivamente para atendimento da população com sintomas de dengue, já receberam 11.735 pacientes em três semanas. Desses, 1.159 precisaram de internação nas unidades. Os equipamentos são temporários e devem continuar funcionando até o fim da epidemia de arboviroses.
O primeiro hospital temporário abriu as portas em 24 de fevereiro, na regional Venda Nova. A unidade fica aberta 24 horas por dia e está instalada na Rua Padre Pedro Pinto, 173. São 32 leitos disponíveis e, até sábado (16/3), foram atendidas 7.927 pessoas e internados 548 pacientes.
Já o hospital de campanha, aberto dia 1° de março na região Norte da cidade, está ao lado da UPA Norte, na Avenida Risoleta Neves, 2.580, Aarão Reis. Há 40 leitos de internação hospitalar para pacientes com sintomas de arboviroses. Em 16 dias, foram recebidas 2.723 pessoas e feitas 438 internações.
Vazio?
Enquanto o mais recente, o hospital temporário da Região Oeste, foi aberto no último dia 7. Alguns pacientes afirmam que o local está movimentado, porém, vazio em comparação a outras unidades de saúde.
Na manhã deste domingo (17/3), o Estado de Minas visitou o equipamento de saúde, que fica na Rua Santa Cruz, 137, Alto Barroca, e encontrou pessoas aguardando atendimento. Uma das pacientes, Janaina Silva de Abreu, de 39 anos, conta que após dar entrada no hospital, às 6h, passaram apenas 40 minutos até que já estivesse tomando uma medicação.
“Estou com dor nos olhos, nas pernas, no abdômen e na região lombar. Há dois dias estou assim e decidi consultar, principalmente, devido à dor abdominal. Achei o atendimento rápido. Talvez seja pelo horário, que estava muito mais vazio”, conta a recepcionista.
O mecânico André Felipe, de 34 anos, aguardava na fila para ser atendido. Ele diz ter recebido uma mensagem afirmando que o hospital estava mais vazio e com atendimento ágil. “Ir em locais muito cheios até desanima. Acabei de chegar e fiz a ficha, estou aguardando e acredito que o atendimento será rápido”, conta. Enquanto conversava com a reportagem, ele foi chamado para o consultório.
Já Sueli Batista, acompanhava o marido, que está com febre, náuseas e vômitos. “Ele está passando mal desde sexta, então, decidimos vir. Chegamos agora e ele está na fila aguardando atendimento. Está vazio, acredito que este hospital não está sendo muito divulgado”, diz.
Apesar disso, em 10 dias, foram realizados 1.085 atendimentos e 173 internações. Uma média de 108 pessoas assistidas por dia. A capacidade do hospital, porém, é de 200 pacientes diários.
Explosão de casos
Desde a última atualização do balanço de arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), na sexta-feira (15/3), BH acumulava 76.774 casos prováveis de dengue, 14.958 confirmados e 20 óbitos. Outras 30 mortes seguem em investigação.
Segundo o mesmo documento, a capital mineira soma 1.919 casos prováveis de chikungunya e 122 de zika, sendo que foram confirmados, 1.174 para primeira doença, com duas mortes, e 14 para a segunda, sem óbitos.
O cenário segue em alerta e com necessidade de reforços. A partir desta segunda-feira (18/3), a Prefeitura de BH manterá a ampliação do horário de atendimento de oito centros de saúde durante a semana. As unidades irão atender os pacientes das 7h às 22h. Veja quais são:
- Nossa Senhora Aparecida (Centro-Sul)
- Marco Antônio de Menezes (Leste)
- Efigênia Murta de Figueiredo e Conjunto Paulo IV (Nordeste)
- João Pinheiro (Noroeste)
- Confisco (Pampulha)
- Rio Branco e Serra Verde (Venda Nova)
Também a partir de amanhã, as vacinas contra a dengue voltam a ser disponibilizadas nos 152 centros de saúde, em horário comercial, após três sábados com campanha de vacinação excepcional. Até o momento, mais de 37 mil pessoas do grupo elegível de 10 a 14 anos receberam o imunizante, quantitativo que corresponde a cerca de 74% do total de 49,5 mil doses recebidas pelo município.