A produtora de conteúdo, cantora e compositora Clara Tannure teve sua conta no Instagram derrubada no último sábado (16/3) após um vídeo em que ela desenha uma bandeira LGBTQIA + em uma Bíblia viralizar nas mídias sociais. Ao rabiscar as páginas, a filha da pastora Helena Tannure, membro da Igreja Batista da Lagoinha, defende que "todos vão entrar no reino dos céus, porque o que importa é o coração, não a sexualidade".
O vídeo que bombou nas mídias sociais é trecho da participação de Clara no podcast Desvyados, que aborda a trajetória de “ex-crentes evangélicos”. No episódio, a artista mineira e ex-cantora gospel diz que o podcast é uma troca de vivências e ressignificação entre pessoas que foram feridas pelo fundamentalismo religioso de alguma forma.
Diante da repercussão do vídeo, Clara disse que “não tinha a intenção de desrespeitar a fé de ninguém, mas queria trazer essa pauta de inclusão de pessoas LGBTQIA+”. Porém, ela afirma que isso não justifica os ataques que sofreu e a suspensão do perfil no Instagram.
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Nas mídias sociais do podcast, várias pessoas condenaram o ato como falta de respeito. “Não acho sábio e coerente pegar um material que é símbolo de reverência de uma religião e rabiscar. (...) Existem muitas outras maneiras de ser subversivo, e acredito que o caminho não é desrespeitando ninguém”, comentou um perfil. Outros internautas manifestaram a indignação com afirmativas agressivas e ameaçando derrubar as mídias sociais da artista.
Ataques e suspensão
Clara conta que começou a receber uma onda de ataques desde que lançou o clipe do remix "Porte de sereia", onde aparece dançando e sensualizando de biquíni. No vídeo da música no YouTube, comentários condenam a saída da artista da igreja e pelo cunho do conteúdo que cria “sendo filha de pastora”.
A maioria das denúncias que a conta da artista sofreu foi vinculada ao clipe. O Instagram de Clara foi derrubado por conteúdos de cunho sexual, mas o clipe continua normalmente no ar. O perfil do podcast Desvyados também não foi afetado.
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“O Instagram é uma vitrine, o canal que eu uso para me comunicar com meus fãs, fazer publicidades, divulgar meu trabalho, é um portfólio de muitos anos. É uma perda muito grande”, lamenta Clara, que diz estar em contato com a Meta para recuperar a conta.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata