Com projeção de mais de 500 mil casos de dengue, o número de registros em Minas Gerais começa a demonstrar sinais de declínio, mas o alívio na pressão do sistema de saúde ainda deve demorar. A afirmação foi feita pelo secretário estadual de Saúde , Fábio Baccheretti, em coletiva de imprensa no início da tarde desta terça-feira (12/3).



Em apenas dois meses, Minas praticamente bateu o número de registros visto em 2016, até então o pior da dengue no estado. “Já estamos iniciando a descida, mas isso não acontece de uma hora para outra. A expectativa é de duas a três semanas para a gente sentir uma redução dentro dos postos de saúde, dos hospitais, em especial, em BH”, declarou o chefe da pasta. O estado já contabiliza 66 mortes pela doença. Outras 308 ainda estão em investigação.

A tendência de início de queda nos casos de dengue é observada na maioria das regiões mineiras, especialmente no Leste, que, segundo o secretário de Saúde, apresentou uma onda semelhante à da capital mineira.

Ao contrário do Norte de Minas. “Por ter tido muita chikungunya no ano passado, a onda ainda não bateu esse formato”, apontou Baccheretti. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) Secretaria de saúde promove, na próxima sexta-feira (23/3), outro Dia D de combate à dengue em Minas Gerais

Vacinação

Esperança a longo prazo para conter esse caráter cíclico da doença, a vacinação contra a dengue está aquém do esperado, na avaliação do secretário de Saúde. Menos de 30% do público alvo -crianças e adolescentes de 10 a 14 anos -, está vacinada nos 22 municípios mineiros em que o imunizante foi disponibilizado.

“Não podemos aceitar vacina parada. Nós ampliamos o público e, mesmo assim, tem vacina sobrando. Temos que continuar sensibilizando, vencendo as fake news que dizem ser uma vacina experimental. O problema é a doença, e não a vacina”, afirmou ao Estado de Minas.

Doenças respiratórias

Enquanto a dengue dá uma trégua, outras doenças febris começam a explodir e devem se sobrepor à urgência de atendimentos nas próximas semanas, especialmente entre o público pediátrico. Responsável pela maior parte das internações de crianças, as doenças respiratórias já preocupam as autoridades de saúde, diante da queda brusca de temperaturas na chegada do outono.

“A taxa de internação está subindo. É um momento muito crítico, em que ainda temos níveis altos de arboviroses da maior epidemia da história, com a sazonalidade de doenças respiratórias crescendo. Por isso, essa somatória vai gerar um estresse ainda maior”, destacou Baccheretti.

À espera de uma pressão no sistema de saúde para atendimento de doenças respiratórias, o estado planeja abrir mais leitos de UTI até o fim de março no Hospital Infantil João Paulo II, na Região Centro-Sul de BH, e gradualmente reforçar o atendimento. "Nós já estávamos nos preparando para isso. O que tem de atípico ser concomitante a pior epidemia de dengue da nossa história", reforça o secretário de Saúde.

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