Um jovem, de 24 anos, e a companheira, de 26, foram presos pela Polícia Civil (PCMG) nesta quinta-feira (14/3) sob a suspeita de terem encomendado a morte de um homem, de 38, que, junto à companheira, trabalhava como cuidador de crianças em Belo Horizonte, no Aglomerado do Índio, na Região de Venda Nova.

 

A vítima foi assassinada em 4 de janeiro de 2021 com cerca de 20 tiros, que atingiram cabeça, nuca, costas, braços e tórax. Uma suposta dívida de R$ 200 e um possível abuso sexual contra uma criança, filho da suspeita, são apontados como prováveis motivações para o homicídio.

 


Em coletiva à imprensa, a delegada Ligia Montovani, responsável pela investigação, disse que a vítima cuidava de uma criança de 4 anos. “Em determinado momento, a mãe parou de levá-la até a residência do cuidador sob alegação de que ela chorava demais quando estava naquele local. Além disso, o casal interrompeu os pagamentos”, relata.

 




No dia do crime, a vítima foi surpreendida na casa do vizinho, localizada no Bairro Santa Amélia, na Região da Pampulha, por três indivíduos, retirada da residência e executada a tiros no meio da rua por traficantes. A delegada diz que, durante as investigações, foi possível apurar que “a real motivação, provavelmente, não se trata apenas de uma vingança dos pais”, mas uma forma de não quitar a dívida orçada em R$ 200 com o cuidador. “Não há exame de corpo de delito (que comprove o abuso). Trata-se apenas de um boato que causou a repulsa de traficantes da região”, completa.

 


“Há relatos, inclusive, de que a criança ficava muito tempo na casa do cuidador, chegando a permanecer lá por dias seguidos, dando a entender até uma possível negligência por parte da mãe. O pai afirmou em oitiva que repassava o dinheiro a companheira, sendo ela a responsável pelo acerto financeiro com o homem. Ele disse também desconhecer qualquer tipo de abuso”, detalha a delegada.

 

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Conforme Montovani, o homem disse ter ficado sabendo que a companheira foi a responsável por espalhar o boato de abuso sexual contra a criança, além de ter pedido a traficantes que tomassem providências. “A mãe, em depoimento, negou a existência de uma dívida e que a criança tivesse reclamado de ter sido abusada. No entanto, depois da prisão, ela mudou a versão, dizendo que, na verdade, a criança teria reclamado do cuidador. A mulher alegou que as pessoas no aglomerado perguntavam (sobre o abuso), e ela apenas confirmava que crime havia ocorrido”, finaliza.

 


Tanto o homem quanto a mulher têm passagem por tráfico de drogas. Eles foram encaminhados ao sistema prisional, e as investigações prosseguem. A criança está sob cuidados de familiares.

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