Cerca de dois terços dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Uberlândia entraram em greve nesta segunda-feira (18/3).
Entre os pedidos dos trabalhadores está um reajuste salarial na ordem de 40% para recomposição de perdas em oito anos, segundo o sindicato da categoria. A paralisação afeta praticamente toda a universidade.
Pela manhã, houve reunião do comando de greve no campus Santa Mônica para definição de estratégias da mobilização.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Técnico - Administrativos em Instituições Federais de Ensino Superior de Uberlândia (Sintet-UFU), o Governo Federal não tem proposta de aumento salarial para 2024, apontando apenas reajustes em benefícios como vale-alimentação, vale saúde e auxílio-creche, o que não abarca melhoras para todos, como os aposentados.
Segundo a categoria, o acréscimo salarial viria apenas em 2025 e 2026, na ordem de 4,5% ao ano. O que seria pouco mais de 10% do que é pedido em negociação inicial pelo sindicato ainda em 2024.
Entre as pautas que também serão colocadas entre as reivindicações estão o aprimoramento do plano de carreiras e a discussão do orçamento das universidades federais.
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“Na UFU, por exemplo, temos orçamento até meados de setembro, depois, a universidade não tem mais dinheiro”, explicou o coordenador geral do Sintet-UFU, Robson Luiz Carneiro. Ele apontou que, em todo o país, a redução do orçamento das universidades federais chega a R$ 360 milhões.
Impacto
Exceto por setores considerados essenciais, como o Hospital de Clínicas, e pelas aulas ministradas na UFU, o restante do trabalho terá algum tipo de impacto na prestação de serviços dentro da instituição.
“O técnico-administrativo está presente em todas as atividades da universidade. A única atividade que não está ligada diretamente é a área de ensino em sala de aula. Mas ainda assim, desde a preparação de calendários até preparação de laboratório passa por um técnico-administrativo. Devido à qualificação de nossos técnicos, atividades de pesquisa e extensão estão ligadas de alguma forma à categoria. Dentro do hospital, até mesmo enfermeiros são técnico-administrativos”, disse Robson Luiz Carneiro.