Está preso em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, um homem de 52 anos suspeito de estuprar duas sobrinhas e de ter abusado sexualmente de três filhos adotivos. Ele teria cometido os crimes e fugido para a cidade de Silva Jardim, interior do Rio de Janeiro, onde foi preso na última semana graças a um trabalho conjunto entre as polícias civis mineira e carioca.

 

Desde que fugiu de Contagem, o homem estava escondido na casa de parentes, na Baixada Fluminense.

 

Segundo o delegado Reinaldo Felicio Lima, chefe do 2º Departamento de Polícia Civil em Contagem, “trata-se de uma investigação bastante célere, visto que o fato chegou ao conhecimento da Polícia Civil em janeiro deste ano”. Desde então, a corporação vem trabalhando no caso e conseguiu descobrir o paradeiro do fugitivo.

 



 

A denúncia foi feita por uma sobrinha do investigado, hoje com 27 anos. Ela procurou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Contagem para relatar os abusos sofridos quando ela tinha entre sete e 10 anos de idade.

 

Depois de denunciar o tio, outra sobrinha também tomou coragem e foi até a polícia para contar que também tinha sido abusada pelo investigado, dos 10 aos 16 anos.

 

No momento da denúncia, as duas informaram que o homem tinha adotado três crianças e temiam que elas também fossem alvo de violência sexual.

 

Mais uma vítima

 

No decorrer das investigações, a filha mais velha do investigado, hoje com 17 anos, confirmou ter sofrido abusos por parte do pai, o que, inclusive, ocasionou a mudança dela para o estado do Rio de Janeiro, na tentativa de fugir das violências constantes.

 

 

No momento, a polícia tenta descobrir se os outros dois filhos adotados pelo investigado também foram alvos de abusos.

 

Televisão

 

A delegada Mellina Clemente, que coordena as investigações, conta que as sobrinhas do investigado ficavam na casa dos avós, que moram no mesmo lote em que reside o suspeito, enquanto as mães trabalhavam. “As meninas queriam assistir à televisão, mas não havia aparelho na casa dos avós. Então, elas criaram o hábito de ir à casa do tio, já que os avós não permitiam o uso do aparelho na casa deles. Era nesse momento que os abusos ocorriam. Não houve conjunção carnal, mas ocorreram diversos atos libidinosos. Outra coisa que chamou a atenção é que ele passava vídeos pornográficos para as vítimas”, afirma.

 

A delegada ressalta a importância de não negligenciar relatos e atitudes de crianças e adolescentes em casos de violência sexual. Segundo Mellina, à época dos fatos, a sobrinha do investigado chegou a denunciar o tio para familiares, porém, nenhum deles acreditou na menina, impactando na continuidade do crime, na geração de outras vítimas e na pretensa credibilidade que possibilitou ao homem a adoções de três crianças.

 

“É muito sério acreditar na palavra da vítima, dar esse valor, e deixar a cargo da Polícia Civil investigar. Nos casos de violência sexual, a palavra da vítima tem um especial valor”, complementa a delegada.

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