O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) está realizando um levantamento de dados sobre os impactos causados pelos furtos de cabos de energia elétrica e de transmissão de dados em Minas Gerais. O crime, que tem se tornado recorrente, prejudica o acesso à energia de milhares de consumidores e comércios.
Para entender melhor a dimensão do problema, o MPMG realizou, nessa quarta-feira (20/3), uma reunião com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Conexis Brasil Digital (Associação das Empresas de Telecomunicações e de Conectividade), a Associação Mineira de Supermercados (Amis) e a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).
No encontro, foram discutidas as consequências das subtrações de cabos de energia no estado. Isso porque, o crime pode prejudicar o funcionamento de semáforos, hospitais e serviços públicos, além dos afazeres e trabalho de milhares de pessoas. Os pequenos furtos ou subtrações de pequeno valor que ocorrem em estabelecimentos também foi tópico do debate.
O MP deve recolher o levantamento de dados fornecido por associações representantes de farmácias e supermercados até o dia 12 de abril. A pesquisa auxiliará o órgão a realizar um tratamento dos dados de maneira mais técnica e embasada sobre a modalidade do crime. Em paralelo, o MP realiza ações de coibição do furto de cabos.
O promotor de Justiça e coordenador do Caocrim, Marcos Paulo de Souza Miranda, afirma que existe um interesse público em entender a complexidade da questão e os impactos que podem ser gerados pela subtração de cabos de energia em Minas Gerais.
“O Ministério Público passa a enfrentar (o furto de cabos) não apenas como um crime patrimonial, mas também como um crime que lesa os interesses da sociedade como um todo”, disse o promotor.
De acordo com os dados da Conexis Brasil, em 2023, mais de 848 mil mineiros ficaram sem acesso a serviços de comunicação devido ao furto de cabos, colocando Minas em quarto lugar no ranking de estados com maior quantidade de cabos roubados ou furtados. Foram mais de 500 mil metros de cabos furtados ou roubados.