Todos contra a dengue. Ação individual e coletiva. Em mais uma parceria entre o governo municipal e estadual, em Belo Horizonte e outras 620 cidades de Minas Gerais, ocorre mais um Dia D na luta contra a proliferação e combate ao mosquito Aedes aegypti.

Em BH, a prefeitura promove ações nas nove regionais. Para divulgar a mobilização, a subsecretária de Promoção e Vigilância à Saúde da capital, Thaysa Drummond, e o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado, Eduardo Prosdocimi, chamaram a atenção, desta vez, para o Centro de Saúde Santa Terezinha, na Rua Senador Virgílio Távora, no Bairro Santa Terezinha, na Região da Pampulha. Na capital, a ação já tinha ocorrido nas regionais Leste e Nordeste.

Eduardo Prosdocimi destacou que as ações só se sustentam com a mobilização e o engajamento da população, já que o foco da dengue está, majoritariamente, dentro das casa - cerca de 80%. "O cuidado e a atenção para calhas, pratinhos das plantas, reservatório de água nas geladeiras, tudo que possa acumular água é fundamental. O combate ao Aedes aegypti é um ato de saúde individual e coletivo. Particularmente neste ano, lidamos com altas temperaturas, volume de chuva e a circulação de mais um sorotipo, portanto, precisamos da ajuda de toda a sociedade."

O Painel de Monitoramento Diário da Secretaria de Estado de Saúde registrou, até o dia de hoje (23), 713.744 casos prováveis de dengue; 272.250 casos confirmados da doença; 444 mortes em investigação e 121 confirmadas.

Já de acordo com o Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika, até o dia 18, Minas registrou 629.268 casos prováveis (casos notificados, exceto os descartados) de dengue. Desse total, 232.789 casos foram confirmados para a doença. Até o momento, há 100 mortes confirmadas por dengue no estado e 372 estão em investigação.

Em relação à chikungunya, foram registrados 58.090 casos prováveis da doença, dos quais 37.193 foram confirmados. Até o momento, 24 mortes foram confirmadas no estado e 20 estão em investigação. Quanto ao vírus da zika, até o momento, foram registrados 122 casos prováveis e confirmados 14 casos da doença. Não há mortes confirmadas ou em investigação no estado.

Apesar dos números alarmantes, Eduardo Prosdocimi destaca que o estado enfrenta uma guerra. "Precisamos de um batalhão para o combate. Quem tiver sintomas, é importante procurar assistência nas unidades de saúde, passar pelo manejo clínico, fazer a hidratação correta e atendimento da forma devida. E jamais se automedicar. Apesar dos mais de 700 mil casos, maior número absoluto, temos a menor taxa de letalidade", acrescentou.

Prosdocimi acredita que no fim deste mês os números de casos comecem a cair. "É a tendência, mas só devemos ver resultado real em abril. Os números ainda estão altos."

O subsecretário também convocou os demais municípios mineiros para que estimulem a população a assumir o mesmo compromisso no combate no dia a dia contra o mosquito, além do cuidado em ter horário alternativo de atendimento nas unidades de saúde para que a assistência seja a melhor possível para os cidadãos.

No Centro de Saúde Santa Terezinha, neste sábado, entre 7h e 9h30, Aparecida Campos Vieira, gerente do Centro de Saúde Serrano, mas que fazia plantão no Santa Terezinha, informou que 105 pacientes chegaram ao local com suspeita de dengue.

Subsecretária de Promoção e Vigilância à Saúde da capital, Thaysa Drummond, enfatizou que o Dia D é para alertar e conscientizar a população de que ela é fundamental no combate ao mosquito

Túlio Santos/EM/D.A Press

Já a subsecretária de Promoção e Vigilância à Saúde da capital, Thaysa Drummond, enfatizou que o Dia D tem como principal missão a conscientização da população. "Ela é essencial no combate às arboviroses, no controle do vetor, que é o mosquito. Portanto, as pessoas precisam cooperar com a eliminação dos focos dentro de casa, com a limpeza, e também dando permissão para a entrada dos agentes de combate a endemias."

Thaysa Drummond avisa que "o objetivo dos agentes é ajudar, não é punir ou aplicar multa" e que essa parceria é essencial para que a luta contra o mosquita tenha o sucesso esperado.

Quanto a vacinação, com público alvo de 10 a 14 anos, a subsecretária informa que 80% das doses da vacina já foram aplicadas.

Thaysa Drummond destaca o fato de que todas as ações divulgadas no Dia D já acontecem, como as visitas de orientação e o uso do drone, ferramenta utilizada desde 2020, sendo intensificada neste momento. Segundo ela, já foram feitos mais de 20 voos, com cobertura de grandes áreas: imóveis fechados, piscinas, caixa d'água abertas. "De posse das informações, definimos nossas ações." A subsecretária ressalta ainda o mutirão da limpeza, em parceria com a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). "Todo o material que possa vir a ser foco é recolhido em todas as regionais."

Em BH, os números mais atualizados da dengue são: 19.100 casos confirmados; 73.233 em investigação e 20 mortes. Já os casos de chikungunya são 1.472 confirmados, 968 em investigação e duas mortes. Não há registro de casos de zika até o momento.

DRONES NO COMBATE AO MOSQUITO

O sobrevoo de drones também estava programado para este sábado. Ele é utilizados de forma estratégica para mapear e eliminar os focos do mosquito, mas foi abortado por causa da chuva.

Renato Mafra, diretor operacional da Aero Engenharia, empresa que tem parceria PPP da Vale com o município, explicou que identificada a área que precisa de auxílio dos drones, os operadores vão até o local e conseguem produzir uma ortofoto (grande imagem) de 100 a 120 campos de futebol em 40 minutos. Ela passa por um processo de inteligência artificial (IA) assistida e se revela tudo que possa acumular água e ser um criadouro dos mosquitos. Esse relatório é entregue ao município para eliminar os focos do Aedes aegypti. Um outro drone, menor, vai nos locais em que os agentes de combate a endemias não têm acesso. No caso, esse modelo lança o larvicida para matar as larvas (veja vídeo).

 

Agentes de Combate a Endemias (ACE) fizeram vistorias em imóveis da região do Bairro Castelo, e foram recebidos por moradores.

Magda Oliveira, cozinheira, abriu as portas de casa. A agente só a alertou para ter cuidado com o bebedouro de água dos cachorros. "Estou atenta, não tenho planta, a geladeira não acumula água, é seca, e passo repelente o tempo todo. Não deixo água parada mesmo. Tenho medo da dengue, tenho diabetes e me cuido. Meu filho, Pedro, de 15 anos, teve dengue, febre, dor nas costas, mas já está melhor."

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