As imagens de Nossa Senhora das Dores e de Nosso Senhor dos Passos ficaram expostas ontem (27/3), durante o dia, na frente do Santuário Arquidiocesano São José, mais conhecido como Igreja São José, no Centro de Belo Horizonte. No início da noite, as duas peças sacras, em seus andores, participaram da tradicional Procissão do Encontro.
Às 18h, cada uma das imagens saiu de uma portaria para depois, juntas, seguirem para o centro da igreja. No interior da igreja, o Sermão do Encontro ficou a cargo do reitor e pároco do santuário, o missionário redentorista padre José Luis Queimado.
Para o coordenador do Conselho Pastoral do Santuário Arquidiocesano São José, Renato Alves de Sousa, manter a tradição das procissões da Semana Santa serve para reavivar a fé. “Cada momento da morte, paixão e ressureição de Jesus fortalece nossa devoção católica, ainda mais sabendo que o Cristo, que vemos na cruz, está vivo dentro de nós”, afirmou Renato.
Olhando as imagens do santuário, Renato disse que as peças estão no acervo desde o início da igreja, que completa 120 anos de inauguração. “São imagens muito bonitas. No interior de Minas, nas cidades históricas, há belas cerimônias da Semana Santa, mas aqui, em BH, também temos”, afirmou Renato.
Cerimônias e História
Hoje, há missa vespertina de Lava-pés às 20h, e translado e adoração do Santíssimo até meia-noite. Amanhã, Sexta-feira da Paixão, haverá confissão comunitária (10h30), Sermão das Sete Palavras (12h), Solene ação litúrgica (15h) e Sermão do Descendimento da Cruz, seguido da Procissão do Senhor Morto (19h).
No sábado, haverá confissão individual (das 9h às 11h) e confissão comunitária (às 17h), com o início da Solene Vigília Pascal (19h). No Domingo da Ressurreição, missas às 7h, 8h30, 10h, 11h30, 16h, 17h30 e 19h. Segundo a reitoria do santuário, as procissão no adro ocorrem nas missas das 11h30 e 19h.
Em 1902, dois anos após a criação da paróquia, foi lançada a pedra fundamental do templo, e, em 1904, ocorreu a liberação para celebrações. O interior reúne variação de motivos religiosos e alguns pagãos. A decoração pictórica foi feita pelo alemão Guilherme Schumacher, entre 1911 e 1912. Em 19 de março, Dia de São José, houve missa festiva para celebrar os 120 anos inauguração do templo.
Considerado o maior conjunto de pinturas parietais em igrejas da capital, o interior do Santuário Arquidiocesano São José reúne uma variação de motivos religiosos e alguns pagãos: há figuras de 28 santos, de um lado, os homens, e, do outro, as mulheres; o patrono da matriz no alto do arco-cruzeiro, com a inscrição “Rogai por nós”; os evangelistas; painéis mostrando José do Egito, que não tem nada a ver com o pai adotivo de Jesus, sendo vendido pelos irmãos e depois em sua volta triunfal; Nossa Senhora ao lado dos apóstolos; e até os símbolos do zodíaco que, para os religiosos, representam constelações. Quem olha atentamente cada centímetro coberto pelas pinturas pode encontrar algumas envoltas em mistérios que desafiam os historiadores e teólogos, a exemplo das três lebres perto da porta lateral.
Missa dos Enfermos
Ontem (27/3), os fiéis da Igreja Católica participaram da tradicional Missa dos Enfermos, às 15h, no Santuário Arquidiocesano São Judas Tadeu (situado na Rua Macaé, 629, no bairro Graça, Região Nordeste de BH). Durante a Celebração Eucarística, idosos e enfermos peregrinam até o Santuário para rezar em preparação à Páscoa e para receber o Sacramento da Unção dos Enfermos.
O pároco e reitor do Santuário Arquidiocesano São Judas Tadeu, Padre André Lage Alvarenga, explica que a celebração pode ser ofertada em qualquer tempo litúrgico. “O sentido desta celebração é poder ofertar ao fiel que deseja, a respeito de sua enfermidade, apresentar a Deus o desejo de cura e a unção. Sobretudo, pela misericórdia de Deus, que ele venha ao auxílio do enfermo com a graça do espírito santo, concedendo a cura de todos os males”.
O Sacramento da Unção dos Enfermos é destinado a todos os fiéis cristãos católicos que se sentirem na eminência de sua morte ou em risco, além de pessoas que sofrem com graves enfermidades, especialmente as que são muito assoladas pela dor em seus diversos níveis. Aqueles que recebem este sacramento absorvem a cura não só da enfermidade, que pode ocorrer, mas também no sentido mais profundo, ou seja, a cura que alcança a alma.
“Nós temos enfermos de várias idades, e muitas não pisam dentro da Igreja há cerca de cinco anos, em razão de suas enfermidades. Por isso, nesta Semana Santa, é uma oportunidade destes fazerem memória, estar no espaço e receber a unção”, destaca o Padre.
* Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Oliveira