Concessionária que administra o serviço informou que irá instalar provisoriamente os bancos antigos visando o conforto dos usuários -  (crédito: Redes Sociais/Reprodução)

Concessionária que administra o serviço informou que irá instalar provisoriamente os bancos antigos visando o conforto dos usuários

crédito: Redes Sociais/Reprodução

Oito das 19 estações de metrô de Belo Horizonte estão sem cadeiras. Segundo o Metrô BH, que administra o serviço, a falta de cadeiras se deve ao processo de revitalização da linha 1 do transporte, que foi iniciado em dezembro de 2023.

 

“Sobre a falta de bancos nas plataformas, o Metrô BH informa que esses espaços estão em modernização e as adequações não foram finalizadas. A concessionária afirma que os novos bancos a serem instalados serão mais seguros e confortáveis, além de atender às normas vigentes”.

 

 

 

De acordo com a concessionária, até a chegada dos novos assentos, o Metrô BH vai instalar provisoriamente os bancos antigos visando o conforto dos usuários ao longo da próxima semana.

 

 

Neste momento, as estações Eldorado, Cidade Industrial, Gameleira, Calafate, Carlos Prates, Lagoinha, Santa Efigênia e Vilarinho estão em modernização. A obra contempla a implantação de novos sistemas elétricos, hidráulicos, de drenagem, de iluminação, reformas de telhados e coberturas, de pisos e pisos podotáteis adequados a pessoas com deficiência, reformas de bilheterias e áreas operacionais, construção de banheiros acessíveis, nova pintura interna e externa, dentre outros processos.

 

Transtornos

 

O designer gráfico Lucas Marçal, de 31 anos, é usuário frequente do metrô e conta os transtornos que a falta das cadeiras tem causado para os passageiros.

 

“Desde que eles tiraram as cadeiras, dá pra ver o pessoal sentado nas escadas ou no chão. As pessoas estavam acostumadas a ficarem sentadas nas cadeiras porque tinha até bastante cadeiras. No caso da Estação Calafate, a mesma plataforma está sendo dividida para a Eldorado e a Vilarinho. Ainda por cima fica mais cheia, enquanto o outro lado da plataforma fica sendo reformado.”

 

Lucas ainda apontou que, desde a privatização, notou poucas melhorias no serviço. “Melhora é só a questão da forma de pagamento eletrônico nas catracas mesmo. Como ponto negativo, tenho a impressão que depois da privatização tem acontecido mais problemas técnicos que bagunçam os horários dos trens.”

 

Outro usuário, que não quis se identificar, reclama do serviço prestado. “Nossa, tive que pegar o metrô hoje, tá um absurdo o serviço prestado. 25 minutos de intervalo, metrô muito cheio em pleno sábado de manhã e os funcionários reclamando da empresa.”

 

Nas redes sociais também é comum ver usuários reclamando do serviço. Na terça-feira (2/4), Fabricio Wallace, postou uma foto da Estação Carlos Prates, no X, antigo Twitter, com a legenda: “Estação Carlos Prates lotada, não dá nem pra descer as escadas”.

 

Outra usuária, a @moniadiz, comentou em 30 de março. “Como pode SP piscar e já ter uma nova linha de metrô sendo feita enquanto em BH eu escuto desde que nasci que o metrô ia chegar até Betim ou até o Barreiro.”

 

 

Um ano de privatização

 

Depois de um ano de privatização, a concessionária Metrô BH iniciou as demissões dos funcionários contratados pela antiga administradora, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Segundo o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (SindiMetro), estão previstos os desligamentos de 230 funcionários sem justa causa.

 

Cerca de 50% dos empregados da CBTU saíram por meio do Programa de Demissão Voluntária (PDV) e acordos consensuais oferecidos pela administradora no último ano. Esse número, segundo o Sindimetro, representa metade dos concursados pela CBTU, cujo total passou de 1.483 para 702 funcionários.

 

 

Apesar do déficit em mão de obra, o Metrô BH assegurou que as demissões não vão impactar a qualidade do serviço e ainda afirmou que o processo foi mediado por órgãos competentes.

 

Década de esvaziamento

 

O transporte público enfrenta uma queda drástica no fluxo de passageiros. Um levantamento exclusivo do Estado de Minas com a empresa que administra a linha, o Grupo Comporte, mostra que, em 10 anos – 2013 a 2023 –, houve diminuição de 66,7% na quantidade de pessoas transportadas pelos trilhos. Entre os fatores que culminam na diminuição estão o aumento da tarifa e usuários migrando para ônibus ou transportes por aplicativos.

 

 

Em números gerais, o metrô transportava 64.984.904 pessoas em 2013, passando para 21.585.704 em 2023. A média de passageiros que utilizavam o serviço em dias úteis também diminuiu, indo de 221.488 no primeiro ano, para 89 mil no último. No período da série histórica, há influência da pandemia a partir de 2020, porém, as cifras já estavam diminuindo desde 2015.