Polícia Civil conclui o inquérito do caso Melissa -  (crédito: Pedro Faria/EM/D.A.Press)

Homem que matou Melissa é indiciado por dois crimes

crédito: Pedro Faria/EM/D.A.Press

Um homem, de 44 anos, suspeito de atirar contra o carro e acertou a menina Melissa Maria Ribeiro, de seis anos, foi indiciado pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e porte ilegal de arma de fogo.

 

O inquérito foi concluído há cerca de um mês e o suspeito, preso no último sábado (06/4). Nesta segunda-feira, a Polícia Civil apresentou os resultados da investigação.

 

 

Igor Bezerra de Lima é registrado como Colecionador, Atirador e Caçador. “Ele é CAC, tinha autorização para ter uma Pistola 9 milímetros, mas não para porta-la”, disse o delegado Igor Almeida.

 

O pedido de prisão foi expedido na última quinta-feira (044). Houve uma tentativa de encontrar o suspeito no mesmo dia, mas a prisão só aconteceu no sábado (06/4). “Ele é caminhoneiro, com horários aleatórios. Ele estava a caminho do Rio de Janeiro quando tentamos prender”, disse.

 

O delegado fez contato direto com o suspeito, que se apresentou na delegacia. Durante o depoimento, ele não às perguntas. 

 

Relembre o caso

 

O crime ocorreu em 21 de janeiro deste ano, na BR-381, a rodovia Fernão Dias, próximo a Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.



Aos policiais, Maicon Junior dos Santos, o pai de Melissa, contou que estava próximo à fábrica da Fiat Automóveis quando foi fechado por um segundo veículo, um Fiat Vivace. Nele, estavam dois homens e duas mulheres. O motorista ainda teria emparelhado com o carro da família e feito diversas ultrapassagens.

 

“O homem que dirigia, depois de várias fechadas, fazia gestos obscenos para mim”, contou Maicon. O veículo passou a perseguir a família, e, na altura do Bairro Amazonas, em Contagem, um dos homens sacou um revólver e atirou.

 

O tiro atingiu a parte traseira do carro. Melissa foi alvejada na cabeça. Ao avistar uma viatura da PM, o pai da vítima parou e pediu socorro. A criança chegou a ser resgatada e levada para o Hospital Metropolitano de Contagem, mas morreu pouco depois.

 



Antônio Nicomedes, o avô de Melissa, contou que a família voltava de um restaurante quando foi surpreendida pelo suspeito. “Eles saíram de casa para levar os meninos a um restaurante. Lá tem um parquinho para eles brincarem. E de lá, eles passaram em Ibirité, na casa do pai, e vieram embora. Coincidiu de encontrar esse marginal no caminho”, desabafou o avô de Melissa.



Na época do crime, Antônio externou o sentimento de revolta com o ocorrido. “Espero que a Justiça seja feita, apesar de não adiantar nada pela vida dela, mas por outras vidas”.



No dia seguinte ao crime, o corpo de Melissa foi enterrado no Cemitério do Rosário, em Raposos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

Menina alegre e ‘mãezona’


Melissa era uma menina doce, segundo familiares. Maria Letícia Alexandre Ribeiro, de 26 anos, mãe de Melissa, afirmou em entrevista ao Estado de Minas que a menina tinha uma característica marcante em seu comportamento. “Minha filha era muito carinhosa e a todos abraçava, beijava e falava que amava. Era assim comigo, com o pai, com o irmão e até com quem ela nem conhecia direito. Ela expressava tudo o que sentia”.



Elaine Cristina, ex-professora de Melissa, afirmou que a garota sempre estava alegre e cuidava dos amigos. “Ela era amiga, levava todos os brinquedos que tinha em casa e distribuía para os colegas. As pessoas estão perdendo completamente o limite. Eu sempre falo: ‘gente, respira antes de sair’. Olha aqui, interrompeu uma vida e destruiu uma família”, desabafou Elaine Cristina.