Cento e oito anos, dois meses e 26 dias de prisão é a nova condenação aplicada a um técnico de futebol, de 50 anos, acusado de praticar crimes sexuais de 2018 e 2022 contra oito crianças e adolescentes em Estiva, na Região Sul de Minas Gerais. A pena anterior era de 65 anos, mas o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recorreu à sentença por considerar que o réu também deveria ser condenado por produzir, reproduzir, dirigir, fotografar ou registrar por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfico envolvendo criança ou adolescente.
O caso foi levado ao MPMG em 2022, mas a denúncia é de que os crimes começaram a acontecer em 2018. Em recurso, que pediu o aumento da pena, o órgão destaca que “por atuar como técnico de futebol, o condenado prometia às vítimas que as transformaria em jogadores profissionais desde que se despissem, permitindo os registros de imagens e a prática dos demais atos, advertindo-as, ainda, que, caso falassem sobre o ocorrido, não poderiam mais praticar o esporte”.
O recurso foi aprovado pela 1ª Câmara Criminal do TJMG.
Crimes começaram a acontecer em 2018
O técnico foi acusado de produzir, armazenar e compartilhar conteúdos pornográficos das suas então alunas, com idade entre 8 e 14 anos. Ao todo, o acusado teria gravado cenas pornográficas envolvendo as menores 28 vezes.
Durante a investigação, um mandato de busca e apreensão foi cumprido na casa do então denunciado, e foram apreendidos um edredom, uma colcha, um cartão de memória e um aparelho celular. Ao analisar os aparelhos eletrônicos, foram encontrados 200 arquivos de mídia envolvendo as vítimas. Além disso, verificou-se que houve o compartilhamento dessas mídias.
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Ainda durante a investigação inicial, por meio de um relatório da National Center for Missing and Exploited Children (NCMEC), enviado para o Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil, órgão vinculado à Polícia Federal, foi revelado que o acusado participava de uma plataforma digital onde teria publicado 443 arquivos de mídia contendo imagens de abusos sexuais.
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Segundo a 7ª Promotoria de Justiça de Pouso Alegre, o processo corre em segredo de Justiça.
* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata