Prefeitura tem buscado alternativas para ampliar a cobertura vacinal, com a abertura de salas de vacinação aos sábados, MAS AINDA ASSIM A PROCURA TEM SIDO PEQUENA -  (crédito: Jair Amaral /EM/D.A Press. 20/01/2023)

Prefeitura tem buscado alternativas para ampliar a cobertura vacinal, com a abertura de salas de vacinação aos sábados, MAS AINDA ASSIM A PROCURA TEM SIDO PEQUENA

crédito: Jair Amaral /EM/D.A Press. 20/01/2023

A forma grave da COVID-19 está acometendo mais as crianças de 6 meses a 2 anos neste ano. Dados da Fiocruz mostram que as internações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pelo coronavírus mantêm o cenário de maior impacto nessa faixa etária. Embora grave, a doença pode ser prevenida ou atenuada por vacinas, porém, muitos pais ainda não imunizaram os filhos em Belo Horizonte — que tem apenas 10% das crianças com o esquema vacinal completo.


Conforme o novo Boletim InfoGripe, divulgado no dia 1° de abril pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a SRAG aumentou na maioria do país. O atual quadro é decorrente dos diversos tipos de vírus que estão circulando no território nacional, entre os quais o Sars-CoV-2 (COVID-19), influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus. O estudo é referente à Semana Epidemiológica (SE) 12 (de 17 a 23 de março), com base em dados inseridos até 25 de março.


Uma das observações do boletim mostra que a COVID-19 está entre as principais causas de internação das crianças até 2 anos, já que o agravamento leva a uma SRAG. Em Belo Horizonte, essa é a faixa etária menos vacinada contra a doença, segundo a prefeitura: das 65 mil crianças aptas a se imunizar, 35,3% tomaram a primeira dose, 22% a segunda e apenas 10,2% completaram o esquema vacinal, com a dose de reforço. Lembrando que a vacina está à disposição dos pais nos postos desde fevereiro de 2023.


Esses números preocupam o poder municipal, que afirma ter promovido estratégias para aumentar a cobertura, como a abertura de salas de vacinas aos sábados, além de repassar orientações aos pais e responsáveis durante as consultas nas unidades de saúde do município. “A vacina contra a COVID-19 faz parte do calendário básico de vacinação de crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias nos centros de saúde. As doses estão disponíveis em todos os 152 centros de saúde da capital. É imprescindível que os pais mantenham o cartão de vacinação das crianças em dia. Todas as vacinas são testadas cientificamente e seguras”, informa a prefeitura em nota.

 


Para o médico infectologista Unaí Tupinambás, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as crianças estão mais vulneráveis, justamente, pela baixa adesão às vacinas. “Esta população tem sido vítima de fake news sobre a segurança da vacina e sua eficácia, por isso, todos fazemos apelo para que os pais e responsáveis levem suas crianças para vacinar contra COVID-19 e gripe. Estamos entrando na época de aumento destas e de outras infecções de vias aéreas, mas a vacina vai protegê-las contra agravos”, diz.

CENÁRIOS ESTADUAL E MUNICIPAL

Desde o início do ano, conforme a última atualização do balanço de casos de COVID-19 da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), em 26 de março, Minas Gerais registrou 59.179 infecções e 264 mortes. A capital acumula 8.209 desses casos e 49 óbitos. A vacinação ainda enfrenta barreiras para atingir a cobertura ideal, de 90%, sendo que os reforços têm ainda menos adesão da população.

 

Vacinação contra Covid-19

Vacinação contra Covid-19 e gripe ajudam a reduzir os casos de internação por Síndrome Respiratória Aguda Grave. IMUNIZANTES JÁ SE MOSTRARAM EFICAZES NO COMBATE ÀS DOENÇAS

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press. 17/01/2022


Segundo o Vacinômetro de COVID-19 da SES-MG, até 7 de fevereiro — última atualização do painel, 82,6% das pessoas tinham tomado as doses iniciais. Já a bivalente, foi aplicada em apenas 19,2% dos moradores. De acordo com orientações do Ministério da Saúde, os esquemas primários de vacinação não são mais recomendados para as pessoas acima de 5 anos, com exceção dos grupos prioritários. Porém, aqueles que não tiverem as doses completas podem ir aos postos de saúde para atualizá-las. Belo Horizonte tem 85% da população vacinada com o esquema inicial.


A tendência dos próximos meses é de aumento na circulação de todos os vírus respiratórios e,para diminuir os quadros de infecções graves, a vacinação contra a gripe foi adiantada em todo o país. Na capital mineira, a campanha começou em 20 de março com grupos prioritários. Até ontem, 102 mil pessoas tinham recebido o imunizante, segundo a prefeitura. “Manter as vacinas atualizadas reduz muito os riscos de internação no CTI e de morte”, afirma o infectologista.


VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO


Outro destaque do InfoGripe mostra o vírus sincicial respiratório (VSR) como a principal causa de internação em crianças menores de 2 anos. Neste caso, é importante separar duas situações: quando a forma grave da COVID-19 é registrada, em geral, as vítimas são crianças até 2 anos e idosos acima de 65 anos. Enquanto o VSR está com alta circulação e, entre as crianças já internadas por doenças respiratórias, ele é a principal causa, sendo responsável por 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias nos pequenos, segundo especialistas.


A bronquiolite é uma infecção nos bronquíolos, que levam o ar aos pulmões. A doença começa com um resfriado comum, mas tem possibilidade de agravamento. Os sinais são tosse persistente, febre alta, chiado no peito, dificuldade respiratória, e lábios e unhas arroxeados.


Segundo o documento da Fiocruz, nas últimas quatro semanas, houve aumento de SRAG por VSR em todas as regiões do país. Nesse mesmo período, os exames para pesquisa de doenças respiratórias tiveram 30,1% dos positivos para o vírus sincicial respiratório e 40,7% para SARS-CoV-2 (COVID-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus nas amostras foi, respectivamente, de 5% e 79,3%.


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou a primeira vacina para gestantes contra o VSR. Desenvolvido pela Pfizer, o imunizante Abrysvo oferece proteção de 82% a bebês de até três meses, contra infecções graves. A proteção cai para 69% entre três e seis meses, nível que ainda é considerado bom para impedir a infecção com hospitalização.


Mulheres grávidas devem receber uma dose única entre a 24ª e 36ª semana de gestação, como forma de oferecer resposta imune contra infecções respiratórias causadas por VSR nos bebês de até 6 meses. Mais de 7.000 gestantes participaram do estudo em 18 centros de pesquisa ao redor do mundo, sendo quatro deles localizados no Brasil.


Outra vacina contra VSR também foi aprovada no último ano para a proteção de idosos a partir de 60 anos, outro grupo de risco. Em 2022, a letalidade associada ao VSR nesse público chegou a 21%, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações. Produzida pela GSK (GlaxoSmithKline), o imunizante, chamado Arexvy, demonstrou eficácia em estudo de 85,7% no contra quadros graves provocados pelo VSR em idosos. (Com informações da Folhapress)

IMUNIZAÇÃO CONTRA COVID-19 EM BH ATÉ 1º/4

6 meses a 2 anos

35,3% 1ª dose
22% 2ª dose
10,2% 3ª dose

3 e 4 anos

58,3% 1ª dose
36,5% 2ª dose

5 a 11 anos

90,5% 1ª dose
71,9% 2ª dose
17,8% reforço

acima de 12 anos


117% 1ª dose
41,1% 2ª dose

Bivalente
18 a 59 anos24,9%


Acima de 60 anos59,4%