PATRIMÔNIO

Centro Histórico de Januária, no Norte de Minas, ganha tombamento estadual

Festa religiosa de Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha, se reafirma como bem imaterial

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Duas boas notícias para o patrimônio cultural de Minas Gerais. Na manhã desta quinta-feira (11/4), foi aprovado, por unanimidade, o tombamento do Centro Histórico de Januária, na Região Norte, cidade localizada às margens do Rio São Francisco e distante 600 quilômetros da capital. 

Na decisão, o Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep) destacou a importância das referências históricas e culturais associadas ao comércio e às navegações desde as primeiras ocupações coloniais no estado, a cultura dos derivados da cana-de- açúcar e tradições como a lenda do caboclo-d’água, muito presente na vida dos pescadores ribeirinhos na formação da cultura mineira das Gerais e do Cerrado.

Também nesta quinta-feira, o Conep revalidou o reconhecimento, como Patrimônio Imaterial de Minas, da Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, realizada em Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha. A revalidação ocorre 11 anos após a decisão. O Conep é presidido pelo secretário de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Leônidas Oliveiras, e tem como secretária-executiva a presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), Marília Palhares Machado.

JANUÁRIA

O dossiê de tombamento de Januária, conforme divulgou o Iepha-MG, avaliou os sentidos e os significados do Centro Histórico, do porto do município e das referências espaciais construídas e existentes “que materializam as diversas narrativas de processos históricos, econômicos e culturais dos modos de viver da região Norte de Minas e do Rio São Francisco”.

Eis um trecho do dossiê: “O Centro Histórico, junto ao antigo cais, é formado a partir de três centralidades: Igreja Matriz, Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Capela de Santa Cruz, onde ocorrem as festividades religiosas dos pescadores e pessoas ribeirinhas que vivem do rio. O tombamento estadual do Centro Histórico de Januária inclui também a proteção de 54 edificações classificadas como representativas de uma arquitetura regional em estilo colonial, eclético e um estilo regional, encontrado nas cidades, ao longo do Rio São Francisco”.

Os especialistas do Iepha informa que a proteção do Centro Histórico de Januária contribui para a preservação da memória do modo de viver e de elos da cultura material do povo ribeirinho do São Francisco. Em entrevista ao Estado de Minas, o educador patrimonial Pedro Xavier, da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento de Januária, explicou que o tombamento é a ação mais completa para proteção do patrimônio de estrutura material, pois há o reconhecimento oficial da sua importância, da construção para a história da cidade. “Todas as questões arquitetônicas têm sua característica relevante para nossa cultura, e o tombamento poderá garantir às próximas gerações o entendimento do contexto histórico, o porquê de Januária ter todas essas referências e tipos de informação fundamentais à identidade social”.

CHAPADA DO NORTE

Tradição no município de Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha, a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos teve revalidada seu reconhecimento como Patrimônio Imaterial de Minas, registro ocorrido em 2013.

A celebração ocorre desde o século 18 no município do Médio Jequitinhonha. A Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos reúne milhares de pessoas vindas dos mais distantes lugares para saudar a Virgem do Rosário. “A festa ocorre como forma de devoção dos membros da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Libertos e Cativos, da Freguesia da Santa Cruz da Chapada, antigo nome da Irmandade do Rosário de Chapada”.

A exemplo de tantas celebrações que ocorrem no interior de Minas Gerais e do país, a festa em Chapada do Norte tem ascendentes na cultura afro-brasileira e na história de resistência dessas populações. “Os valores próprios do sincretismo religioso, da oralidade, da culinária e da musicalidade são elos próprios das populações negras que são fundamentais na história e na formação de Minas Gerais”, informa a direção do Iepha.

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