Matador de Nancy Mestre tratado como de alta periculosidade na chegada à Colômbia -  (crédito: Instagram)

Matador de Nancy Mestre tratado como de alta periculosidade na chegada à Colômbia

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“A justiça foi feita, mas sentimos que nada trará Nancy de volta para nós”. Com essas palavras, o arquiteto Martin Mestre, de 80 anos, pai de Nancy Mestre, assassinada em 1994, pelo engenheiro Jaime Henrique Saade Cormane, de 62 anos, avaliou a extradição do assassino de Belo Horizonte para a Colômbia. Saade Cormane foi extraditado nessa quinta-feira (11/4), quando começou a cumprir a pena de 27 anos de prisão a condenação pelos crimes de estupro e assassinato.

 

Jaime, que estava acompanhado pela mulher e seu filho Martín Junior, além de outros familiares, quando lhe foi confirmada a chegada do criminoso a Barranquilla, disse que havia cumprido a sua missão, que teve início, quando foi confirmada a morte de sua filha, em 1994, e ele decidiu que não descansaria enquanto o criminoso não fosse punido.

 

 

“Foram 30 anos, 10 mil dias, até que esse dia chegasse”, disse Martin, o que demonstra a agonia que foi todo esse tempo para ele e para sua família. Ele faz questão de agradecer o empenho das autoridades colombianas e em especial à Polícia Federal brasileira, através da delegada Fátima Rodrigues Bassalo, que comandou as investigações, primeiro em Minas Gerais, e que resultaram na prisão em Alagoas.

 

Martin relembra cada dia desses trinta anos. “Foram três décadas de luta e agitação, primeiro procurando e rastreando ele (Saade) quando não se sabia onde ele poderia estar. Depois a luta com todos os aspectos jurídicos contra e, quando finalmente conseguimos fazer pender a balança a nosso favor, nos condicionam a um termo que, se não tivesse sido cumprido, teríamos fracassado. Hoje, quando há paz de que finalmente a justiça será feita, sentimos que nada disso nos devolverá nossa querida filha Nancy Mariana”, lamenta Martin.

 

Na cadeia

 

A chegada de Jaime Saade ao aeroporto El Dorado, em Bogotá, Colômbia, aconteceu por volta de 14h (de Brasília), numa viagem feita em avião de carreira, da empresa Avianca, a partir do Aeroporto Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

Ao desembarcar, ele foi levado para as instalações da Polícia Federal da Colômbia. Havia um grande contingente de policiais, pois Saade é considerado, no seu país de origem, de alta periculosidade.

 

Primeiro, foi feita a leitura de sua ordem de detenção, seguindo os procedimentos legais das leis daquele país. Em seguida, ele foi levado para uma avaliação de saúde.


Permaneceu nessas instalações até as 18h, quando partiu o vôo para Barranquilla. A chegada ao Aeroporto Internacional Ernesto Cortisol aconteceu às 20h40.

 

De lá, foi levado para a Penitenciária El Bosque e foi colocado numa cela isolada. Não se sabe, ainda, que tipo de instalação ocupará. O certo é que pesa nesta decisão a violência do crime e também o fato de ter ficado foragido por 30 anos.


Manchetes

Os jornais colombianos amanheceram com manchetes sobre o caso do engenheiro colombiano Jaime Henrique Saade Cormane chegando a Bogotá e depois a Barranquilla, para, finalmente, cumprir a pena pelo crime cometido em 1994.

 

“O retorno de um assassino”, estampou o jornal “El Heraldo”, de Barranquilla. Durante esses 30 anos de busca e de luta do pai Martin Mestre, o jornal o acompanhou.

 

“Caso Nancy Mestre: o feminicida Jaime Saade foi extraditado do Brasil”, diz o “El Espectador”.

 

“Jaime Saade, assassino de Nancy Mestre, Já está na Penitenciária El Bosque”, está estampado no “El Nuevo Siglo”.

 

“Jaime Saade chegou à Colômbia para pagar a sua condenação pelo assassinato de Nancy Mestre”, diz o "La República".

 

O jornal “El Tiempo” usa uma forma diferente, pois fez uma galeria de fotos do desembarque de Jaime Saade, com o título “Assim foi a chegada de Jaime Saade à Colômbia, transferido por extradição”.