A UFMG é uma das 21 instituições federais brasileiras que entraram de greve -  (crédito: Divulgação APUBH UFMG+)

A UFMG é uma das 21 instituições federais brasileiras que entraram de greve

crédito: Divulgação APUBH UFMG+

Professores de ao menos seis instituições federais em Minas Gerais, inclusive da maior universidade federal do estado, a UFMG, entraram em greve nesta segunda-feira (15). Apesar da deflagração pelos sindicatos da categoria, a adesão ao movimento varia entre os docentes até o momento.

 

 

 

Após o primeiro dia, Marco Antônio Alves, integrante do comando da greve e da diretoria do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (APUBH UFMG+), conta que ainda não há um levantamento fechado de quantos professores suspenderam as atividades, mas diz já ter notado um movimento menor do que o de costume nos campus.

 

Também professor na faculdade de Direito da UFMG, Marco Antônio afirma que a adesão varia de unidade para unidade e destaca o Centro Pedagógico da UFMG como área da instituição com alta aceitação. Ele também ressalta que o processo de greve é construtivo e hoje foi apenas o primeiro dia.

 

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Além da UFMG, sindicatos de outras instituições federais deflagraram a greve nesta segunda. Entre eles, o Sindicato dos Docentes do Cefet-MG (Sindcefet-MG); Associação dos Docentes da Universidade Federal de Ouro Preto (Adufop); Associação dos Professores da Universidade Federal de Viçosa (Aspuv) - Seção sindical; Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) - Seção IFMG.

 

Ricardo Eugênio Ferreira, coordenador do Sinasefe IFMG, reforça que a greve não é só no âmbito universitário, afinal, os institutos federais compartilham das pautas defendidas. “Nós nunca tivemos um início de greve com adesão tão grande, temos ao menos 10 calendários suspensos”, disse.

 

Por sua vez, a Adufop destaca que, após a deflagração do movimento, segue “batalhando pela suspensão do calendário acadêmico, o que homogeniza as atividades.”

 

Essa possível diferença no calendário conforme a adesão ou não por parte dos docentes concerne os estudantes das instituições federais.

 

Estudantes

 

Alunos dos cursos de odontologia e engenharia de produção da UFMG, Lucas Mourão e Laura Gouthier, respectivamente, relatam que a adesão por parte dos docentes está dividida até o momento e isso causa uma incerteza do futuro do calendário acadêmico. A estudante de engenharia de produção diz que se sente no escuro, pois “alguns professores não falam nada, então você assume que vai ter, mas hoje eu fui e o professor simplesmente não apareceu.”

 

Nas mídias sociais, alunos de outras universidades federais em Minas também relatam estar “100% na cegueira”.

 

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Greve nacional

 

Nacionalmente, de acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), 21 instituições estão em greve. Gustavo Seferian, presidente do Andes-SN e professor da Faculdade de Direito da UFMG, disse que o início do movimento trouxe surpresas positivas com o alto índice de adesão.

 

A expectativa de Gustavo Seferian é que nos próximos dias, com novas assembleias e movimentos como a marcha dos servidores públicos federais em Brasília nesta quarta-feira (17/4), a adesão cresça.

 

Os professores reivindicam recomposição salarial de 7,06% já em 2024 e outras duas parcelas com o mesmo índice nos dois anos seguintes. Já os servidores administrativos, que estão paralisados desde o mês passado, pedem três parcelas iguais de 10,34%, em 2024, 2025 e 2026. De acordo com as entidades de classe que representam os trabalhadores, esses valores correspondem às perdas salariais das categorias desde 2016.

 

Em sua contraproposta, o governo manteve os reajuste zero em 2024 e os índices para os anos seguintes, mas propôs um aumento nos auxílios alimentação, saúde e creche.