Motoristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Belo Horizonte ameaçam uma paralisação geral a partir da próxima segunda-feira (22), após a Prefeitura de Belo Horizonte repassar os contratos dos servidores para a empresa Litoral Med, que venceu a licitação do serviço.
De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais, a empresa ameaçou demitir parte dos motoristas e também cortar os salários dos servidores em quase 40%, além dos benefícios como planos de saúde, odontológico, vale-refeição e cesta básica.
Uma reunião de urgência foi convocada para discutir as demandas da categoria na tarde desta sexta-feira (19), no Gabinete do órgão em BH. Todas as partes envolvidas estiveram presentes. De acordo com o Superintendente Regional, Carlos Calazans, foi feito um pedido aos trabalhadores para aguardarem uma nova rodada de negociações e não continuem com a greve. “Fiz um apelo para não entrarem em greve e aguardarem as negociações. Faço também um apelo a Prefeitura, Câmara, para não deixar isso acontecer. São trabalhadores essenciais”, disse.
Ainda segundo Calazans, a nova proposta da empresa é incondizente com a importância da função feita pelos trabalhadores. “A nova empresa propõe pagar aos trabalhadores, entre salários e benefícios, R$ 1,800. Atualmente, eles ganham R$ 3,200. É uma redução muito grande, essa situação não pode acontecer. Procuramos a PBH, a empresa, para não fazer esse corte. A empresa ameaça demitir e contratar novos funcionários, sem treinamento e experiência. Não podemos aceitar. Estou acionando o MP para não permitir isso”, explicou o superintendente.
Mesmo assim, a possibilidade da greve seguir é real. O secretário Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH), Roberto Rangel, explicou que os funcionários vão se reunir durante o fim de semana para decidir o futuro da categoria. “Eles vão se reunir nas unidades para decidir. Isso será durante o fim de semana. Há a possibilidade real da greve acontecer” ,disse.
“A perda para o trabalhador é muito grande. As reduções são enormes, além dos cortes dos planos de saúde, odontológico, cesta básica, ticket de alimentação. O trabalhador vai ficar com o salário seco”, completou o secretário, quando questionado sobre os cortes propostos pela empresa.
Questionada, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) disse que vai se reunir com todas as partes na próxima terça-feira (23) para mediar a situação. “Cabe destacar que o contrato com a empresa envolve a contratação de profissionais motoristas, higienização e guarda dos veículos, além de manutenção preventiva e corretiva”, diz o comunicado.
A reportagem também procurou a Litoral Med e aguarda retorno.