Sem resposta da Prefeitura de Belo Horizonte, os moradores do bairro Sion, na Região Centro-Sul da capital mineira, temem que uma árvore caia em cima de um prédio residencial. Na fachada do edifício, localizado na Praça Nova York, o condomínio instalou uma faixa destacando o risco iminente de queda com um pedido de socorro ao Executivo municipal. Segundo a administração do prédio, mais de 15 protocolos de pedidos de supressão da árvore foram abertos desde julho de 2023.
Márcia Torres, síndica do edifício, conta que após quatro árvores caírem nas proximidades do prédio, a prefeitura enviou uma equipe para averiguar a situação há cerca de 20 dias.
“O rapaz da prefeitura veio aqui, eu pedi pra dar uma olhada nessa árvore, aí ele mesmo falou que iria tirar foto e levar pro departamento. Ele disse que já tem fícus nascendo dentro dela, então isso já é um risco muito grande. Daí ficou todo mundo nervoso aqui porque foi uma orientação dele e não teve nenhum retorno desde lá”, contou Márcia.
A síndica ainda relata que as áreas comuns do prédio, próximas à fachada, foram tomadas pela insegurança. “É um prédio que tem muitos idosos que antes ficavam sentados nos bancos aqui fora, mas eles não estão ficando mais aqui não. Eu coloquei a faixa perto do estacionamento para ninguém estacionar, é um risco”, contou.
Um poste ao lado da árvore também corre risco de queda, visto que as raízes da árvore estão invadindo a calçada e a fiação. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foi acionada e esteve no local, mas a companhia não tem autorização para fazer a supressão de vegetação, apenas a poda de galhos que estejam em contato com a rede elétrica. Em nota, a Cemig informou que a data da supressão, a companhia deverá ser acionada pelo órgão que for fazer o serviço, para apoio em relação à segurança da rede elétrica.
Procurada pelo Estado de Minas, a Subsecretaria de Zeladoria Urbana (Suzurb) informou que o serviço de supressão foi aprovado, com execução já programada para a primeira quinzena de maio e, em caso de risco iminente, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado.
Rua Washington
A uma distância de 300 metros da Praça Nova York, outra árvore dificulta a vida dos moradores. Na rua Washington, o morador Hudson de Araújo fez cinco pedidos de supressão de uma castanheira de grande porte que se entrelaçou à fiação e rompeu a calçada. “É risco para os pedestres que podem cair, é um local próximo às escolas, passa muita criança, e tem muitos idosos aqui na região. As raízes estão estourando e isso também impossibilita que eu entre com o carro na garagem”, contou.
Em nota, a PBH informou que o laudo técnico emitido após vistoria indica a poda da referida árvore. Visto proximidade com a rede elétrica, a execução do serviço aguarda agendamento conjunto com a Cemig.
Outros casos
Com as chuvas de fevereiro deste ano, uma árvore de grande porte caiu na Praça Nova York e atingiu três carros. Segundo o Corpo de Bombeiros, a árvore não suportou a intensidade da tempestade e foi arrancada pela raiz, que apresentava fraquezas e sinais de pragas.
Dentro de um dos carros estavam quatro pessoas, dois adultos e duas crianças. Como a árvore arrancou também a fiação elétrica da rua, eles ficaram presos dentro do veículo, devido ao risco de um choque elétrico caso saíssem.
Devido ao risco de eletrocussão, a Cemig desligou a rede elétrica e a família foi retirada em segurança. Ninguém se feriu.
Segundo a PBH, de janeiro até março deste ano, foram realizadas 1.487 supressões de árvores na capital mineira.
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos