De acordo com o presidente da Associação dos Trabalhadores Ambulantes, aproximadamente 150 pessoas compareceram ao ato -  (crédito: Reprodução)

De acordo com o presidente da Associação dos Trabalhadores Ambulantes, aproximadamente 150 pessoas compareceram ao ato

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Ambulantes protestaram no fim da tarde desta terça-feira (23/4) contra suposta violência policial sofrida em dias de jogo na Arena MRV, no Bairro Califórnia, na Região Noroeste de BH. O local da manifestação é justamente em frente ao estádio do Galo.

 

De acordo com o presidente da Associação dos Trabalhadores Ambulantes, Adjailson Severo, há pelo menos seis partidas realizadas no estádio que os ambulantes têm sido vítimas de ataques verbais e até mesmo retirados da entrada e conduzidos para área mais próxima ao metrô, que fica a 1,7 km da Estação Eldorado, de acordo com previsão do Google Maps.

 

 

“Falaram que ambulantes são a mesma coisa que ratos, se tira um, aparecem vários”, conta o presidente da associação da categoria, que recebeu denúncias de colegas de profissão relatando truculências sofridas em frente à Arena MRV, único estádio da capital mineira em que isso tem acontecido. Segundo ele, cerca de 150 ambulantes participaram do protesto desta terça.

 

As ofensas não se limitam a xingamentos. Ainda de acordo com Adjailson, os "caixeiros", como os trabalhadores são conhecidos, sofrem ameaças de uso de spray de pimenta, principalmente nas mulheres, porque os militares "alegam que (eles) não podem ficar naquela área": "Mas somos apoiados pela lei", disse Severo.

 

O presidente da Associação dos Trabalhadores Ambulantes se refere à lei sancionada pelo prefeito Fuad Noman (PSD) em 10 de abril de 2023, que autoriza a "comercialização de bebidas em veículo de tração humana" em manifestações de caráter esportivo, cívico, social, cultural, político, religioso ou econômico.

 

Severo afirma que essa postura dos militares não tem a ver com uma possível fiscalização das credenciais dos ambulantes, uma vez que o documento sequer é solicitado aos trabalhadores abordados, e essa verificação não cabe ao órgão. E que, "ao passar por cima da lei municipal", o caso pode ser levado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

 

A PMMG esclarece que esse tipo de fiscalização realmente compete ao município e que cabe à instituição um apoio quando acionada. Além disso, em posicionamento diante do relato e do protesto marcado para esta terça-feira, informa que "não houve registro de Boletim de Ocorrência relacionado ao fato e que quaisquer denúncias relativas à atuação policial militar podem ser feitas junto aos órgãos competentes".

 

Veja vídeo registrado pelos ambulantes

 

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata