Após anunciar descontinuidade das obras do Hospital Regional de Juiz de Fora, na Zona da Mata, o Governo de Minas terá que encontrar um novo destino para a verba de R$ 150 milhões que seria utilizada para a conclusão delas. Foi o que definiram o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Procuradoria-Geral de Juiz de Fora, a prefeita do município, Margarida Salomão (PT), e representantes do estado, nesta terça-feira (23/4).
Em pronunciamento, Salomão afirmou que a determinação representa a obrigatoriedade de um “compromisso do estado no sentido de achar uma destinação para o recurso” e uma forma de compensar a cidade. A prefeita ainda informou que a medida vai envolver a construção do equipamento de saúde da cidade.
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A obra do Hospital Regional, segundo o MPMG, foi fruto de um acordo firmado com o Governo de Minas e a prefeitura de Juiz de Fora. E os R$ 150 milhões previstos para o fim da obra estão de acordo com a Vale, pela tragédia de Brumadinho.
O MPMG afirmou em nota que, em fevereiro deste ano, o Governo de Minas já havia sinalizado a possibilidade de descontinuar a obra. E que tal ideia foi prontamente rechaçada pelos promotores ligados ao caso.
O que diz o Governo de Minas
O Governo de Minas encaminhou um ofício para a prefeitura de Juiz de Fora informando sobre o fim das obras no dia 13 de abril. A justificativa é que o imóvel construído está com sérios problemas de infraestrutura; 56% das obras estão finalizadas.
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“Abandonada desde 2017, a estrutura foi vandalizada e se deteriorou com o decorrer do tempo. A Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias contratou uma empresa para fazer o diagnóstico do local para entender quais seriam as necessidades e quais eram os entraves para a retomada da obra e os prazos de conclusão. O diagnóstico realizado apresentou uma série de problemas. Vários equipamentos que já haviam sido instalados foram danificados ou furtados, necessitando que as obras sejam refeitas. Além disso, o laudo colocou em dúvida a solidez do Edifício para utilização”, informou o governo no ofício.
Segundo o executivo estadual, esses pontos trazem dificuldade para o término da obra. No melhor cenário, descreve o ofício, o hospital só seria aberto em 2028.
* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata