A menos de uma semana de completar dois anos do crime, Ronan Custódio foi condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato de sua ex-mulher, Keila Cristina Miranda. O julgamento terminou na noite dessa terça-feira (23/4), em Patos de Minas, Região do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, cidade onde aconteceu o feminicídio.
O júri, realizado no no Fórum da cidade, durou cerca de sete horas. O réu havia sido denunciado não só por feminicídio, mas também pela tentativa de homicídio de uma testemunha, que também estava no local do crime.
Os depoimentos de familiares e da sócia de Keila apresentaram fatos cruéis praticados por Ronan contra Keila durante a união de vários anos. Eles relataram no julgamento que a comerciante teria sofrido violência, maus-tratos, abuso sexual e até furto. Uma testemunhas chegou a dizer que, em um dos episódios de crueldade, ele teria amarrado Keila e cortado seu cabelo, curto igual a masculino.
Keila Cristina foi morta por Ronan Custódio em 29 de abril de 2022, quando o homem invadiu a loja da vítima, no Bairro Sebastião Amorim, a agrediu e atirou quatro vezes na mulher, acertando cabeça e pescoço. Ela ainda sobreviveu por mais alguns dias, mas acabou morrendo no dia 3 de maio.
A sócia da vítima estava no local e tentou ajudar a amiga e, com isso, quase foi ferida também. A mulher se trancou no banheiro após os tiros e foi ameaçada por Ronan, que a havia perseguido para tentar matá-la. Como ele não conseguiu arrombar a porta, fugiu da loja.
Keila e Ronan foram casados e tiveram três filhos. O relacionamento, segundo relatos de testemunhas, foi marcado por violência. Ele não aceitava a separação e esse seria o motivo do assassinato.