O Ministério da Saúde ampliou a quantidade de municípios que vão receber os imunizantes contra a dengue no país, mas Minas Gerais não foi incluída. Até o momento, 52 cidades mineiras já iniciaram a aplicação da QDenga. Conforme nota técnica do governo federal, a partir desta sexta-feira (26/4) os seguintes estados passarão a ser contemplados: Alagoas, Ceará, Rio Grande do Sul, Sergipe, Piauí e Mato Grosso.
De acordo com o órgão, a definição de quais locais receberão o imunizante permanece a mesma: "ranqueamento das regiões de saúde e municípios, quantitativo necessário de doses conforme a disponibilidade (prevista pelo fabricante) e cálculo do total de doses a serem entregues em uma única remessa ao município".
Leia: Ampliação da vacina contra a dengue não inclui BH e outras cidades de Minas
No início da vacinação, em janeiro deste ano, 22 municípios mineiros entraram na lista do Ministério da Saúde para receber doses da vacina contra a arbovirose. No entanto, desde então, outras 30 cidades foram incluídas no esquema vacinal. Confira a lista no fim da matéria.
Com a ampliação, agora são 25 unidades da Federação contempladas com a vacina contra a dengue. Ao todo, 1.330 mil municípios foram incluídos no plano de imunização. No geral, 1.682.139 de doses foram enviadas pelo Ministério da Saúde a esses estados e ao Distrito Federal. Foram aplicadas 810.686 doses, 48,19% do total.
Imunização
Em fevereiro, durante coletiva de imprensa, o secretário de Estado de Saúde, Fábio Bacheretti, explicou que os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde envolvem a situação epidemiológica do último semestre de 2023. “Alguns estados que hoje não estão sofrendo com a dengue vão receber doses da vacina. Essa vacina não é para atacar neste momento. Então, para a gente não achar que esses municípios que estão sofrendo agora estão sendo levados em consideração para recebimento das doses”, explicou o secretário.
Com ou sem Qdenga, para Fábio Baccheretti as doses não devem afetar o atual cenário epidemiológico do estado. De acordo com o secretário, a imunização vai começar a mudar os números de casos a médio e longo prazo, uma vez que, agora, apenas 1,5% da população brasileira será vacinada, o que não garante proteção coletiva ou individual. Com isso, até que a vacina comece a ser aplicada em massa, o combate à dengue deve continuar sendo feito “à moda antiga”, nos focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti.
Leia: Secretário de saúde da PBH: ‘Epidemia da dengue será a última; na próxima teremos vacina’
“É importante comemorarmos a vacina como uma arma definitiva, mas o combate à dengue continua sendo uma ação em comunidade: cada um de nós dentro da nossa casa com criadouro. Mas a gente não pode usar a vacina para achar que nosso cuidado tem que ser afrouxado. Pelo contrário, nosso pico de dengue, por exemplo aqui em Belo Horizonte, vai acontecer nas próximas semanas – entre fevereiro e março. Ou seja, não dá tempo de pensar que a vacina vai proteger”, afirmou o secretário.
Quem pode ser vacinado
As crianças de 10 a 14 anos são o público-alvo da campanha de vacinação contra a dengue em 2024. O grupo concentra o maior número de hospitalizações, depois de pessoas idosas, e deve receber duas doses pelo SUS (Sistema Único de Saúde) - o intervalo entre elas é de 3 meses. O Ministério da Saúde havia priorizado crianças de 10 a 11 anos, mas ampliou a faixa etária diante da baixa procura.
Os idosos e crianças menores de 10 anos ainda não entraram no grupo prioritário de SUS. Porém, esse público pode tomar a vacina testada e aprovada para pessoas de 4 a 60 anos na rede particular. No último dia 17, o Ministério da Saúde recomendou a ampliação do público-alvo no caso das doses que vencem no próximo dia 30. Foi definido que os municípios que ainda tiverem com um alto número de doses a vencer poderão ampliar a vacinação para a faixa etária de 6 a 16 anos.
Caso os municípios permaneçam com baixa adesão, as doses próximas ao vencimento ainda poderão ser ampliadas ao público que vai dos 4 aos 59 anos.