A rádio Inconfidência FM, também conhecida como Brasileiríssima, completou 45 anos em 2024. A emissora pública de Minas Gerais nasceu como Brasileiríssima AM em 1936, época em que a disco music ocupava o ‘número um’ nas rádios do país, e acompanhou a evolução das transmissões de rádio, quando em 1979, inaugurou a Inconfidência FM, focada em proporcionar à capital mineira música, literatura, jornalismo, esporte, cinema, cultura e cidadania.
A sede da Inconfidência FM está localizada no imponente Centro de Cultura Presidente Itamar Franco, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O edifício projetado pelos arquitetos José Augusto Nepomuceno, Jô Vasconcellos e Rafael Yanni conta com uma acústica especial e um estúdio musical equipado com piano de cauda, bateria, amplificadores para baixo, guitarra e um violão doado pela cantora Gal Costa.
AM e FM dividem o propósito de ampliar o alcance da cultura mineira, mas com públicos distintos. Com a tradicional frequência AM, o jornalismo mineiro adentra casas de norte a sul do país. No FM, as ondas do rádio se misturam à web e conquistam Belo Horizonte e Região Metropolitana.
O presidente da Empresa Mineira de Comunicação, Gustavo Mendicino, revelou os planos para o futuro. “Estamos pensando em um ambiente multiplataforma e na transmissão de programas simultâneos com a Rede Minas. Em cerca de 60 dias, faremos a primeira transmissão simultânea com o programa Opinião Minas. Também contamos com um estúdio para podcasts e videocast”, relatou.
Vibrando na mesma frequência, a tradição e a novidade se misturam. O programa “A Hora do Fazendeiro”, transmitido pela rádio AM, é o mais antigo programa de rádio do Brasil e agora tem à frente uma voz familiar. A apresentadora Tina Gonçalves, aos 75 anos, abriu espaço para o talento da filha Téssia Gonçalves, que segue o legado da mãe nas ondas sonoras.
Ao assumir o legado da mãe, Téssia recebeu um conselho: “deixe o sertanejo raiz tocar”. A apresentadora afirma que é “gratificante” estar à frente de um programa focado na população rural. “Não tem tantos programas que consigam reunir música com o noticiário e informações essenciais para essas pessoas. O público é bem abrangente e interage bastante. Tem aquela coisa de ‘mandar um alô’, pedir uma música. É importante resgatar essa cultura da rádio raiz”, contou.
* Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Rocha