Um homem de 29 anos foi preso, nesta quarta-feira (10/4), suspeito de filmar e publicar imagens íntimas de mulheres em Belo Horizonte. Além de ter gravações vazadas em grupos de conversa, as vítimas eram extorquidas quando decidiam romper o relacionamento. As investigações começaram quando a Polícia Civil recebeu uma denúncia de uma pessoa que se passava por escrivão da corporação para entrar em casas noturnas, restaurantes e estádios de futebol.
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O primeiro contato do suspeito com as vítimas era por meio de aplicativos de relacionamento. Em seguida, ele marcava encontros em casas noturnas. De acordo com o delegado Alessandro Carlos Rodrigues de Almeida, responsável pelo caso, no celular do homem havia, pelo menos, 160 gravações de momentos íntimos com diversas mulheres.
As imagens eram compartilhadas em grupos de conversa, onde outros homens publicavam vídeos de relações sexuais e davam nota para o desempenho das mulheres. “Durante os envolvimentos íntimos com as mulheres, o investigado filmava o ato e replicava os vídeos aos seus contatos e também em grupos de aplicativo que eram criados com a finalidade específica de expor mulheres em relações íntimas com homens que conheciam em festas”, revelou o delegado.
Além de terem sido gravadas sem permissão, e terem imagens gravadas, levantamentos apontam que as vítimas também foram extorquidas pelo investigado. Ainda de acordo com a PCMG, o homem exigia dinheiro ou outros favores sexuais/econômicos para não divulgar na internet as imagens registradas por ele durante as relações sexuais.
Almeida explica que, com a prisão do homem e uma nova apreensão do seu aparelho celular, será possível identificar os demais integrantes do grupo de divulgação de imagens de nudez de mulheres. O suspeito foi indiciado por extorsão, exposição da intimidade sexual e usurpação de função pública.
Operação Don Juan
As investigações começaram em outubro de 2022. Na época, foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, na cidade de São José da Lapa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entre os itens apreendidos naquela ocasião, estava o celular do investigado.
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Almeida explica que no início do inquérito três mulheres denunciaram o homem. O último registro contra ele foi feito em março deste ano. “Com o decorrer do tempo nós entendemos que muitas dessas mulheres que aparecem nas imagens não o denunciaram ou sequer sabiam que ele postava os vídeos.”
De acordo com a PCMG, além de se passar por policial civil, o homem também se identificava como estudante de odontologia, estudante de direito, modelo e trader de mercado financeiro. No entanto, ainda conforme a corporação, ele trabalhava como vendedor de balas e tinha passagens pela polícia por furto, receptação e violência doméstica.