Belarmino de Freitas Miranda, de 64 anos, será velado e enterrado na manhã desta quinta-feira (11/4), na casa da irmã em Sapucaia, distrito de Caratinga, no Vale do Rio Doce. O idoso é a segunda vítima fatal do acidente com caminhão-tanque que incendiou diversas casas e carros no Bairro Goiânia, na Região Noroeste de Belo Horizonte, na madrugada do dia 14 de março.
Segundo a família, Belarmino teve 76% do corpo queimado. A família recebeu a notícia do falecimento dele a quatro dias de completar um mês da tragédia causada pelo acidente. A morte dele foi confirmada nessa quarta-feira (10/4).
Segundo Maria de Lourdes, irmã da vítima, o Hospital João XXIII ligou para informar sobre o falecimento por volta de 1h. O corpo já estava no Instituto Médico Legal (IML), mas a família só se encaminhou ao local próximo do meio-dia.
“Ele descansou. Agora, liberando o corpo dele, vamos para Caratinga, a terra dele, onde será enterrado”, conta ela ao Estado de Minas. Belarmino morava sozinho na casa que foi tomada pelo incêndio.
Relembre o acidente
Na madrugada do dia 14 de março, por volta das 2h25, um caminhão-tanque tombou, pegou fogo e incendiou casas e carros às margens do Anel Rodoviário, no Bairro Goiânia. O motorista, de 58 anos, morreu carbonizado no local do acidente.
Com o impacto da queda, o tanque foi danificado, e a carga de combustível vazou, escorreu e criou uma “rua de fogo”, levando as chamas por três quarteirões. Oito residências e dez veículos foram atingidos.
A tragédia pegou os moradores de surpresa, já que a maioria estava dormindo. Famílias saíram às pressas de casa, e pelo menos nove pessoas – quatro homens, três mulheres e duas crianças – ficaram feridas na tentativa de se salvar. Elas foram encaminhadas ao Hospital João XXIII, onde ficaram em observação. Quatro foram liberadas no mesmo dia do acidente, e mais três, no dia seguinte.
O caminhão-tanque teria saído de Betim, na Grande BH, com destino a Sabará. Ele seguia na BR-381 e, ao virar à direita para entrar na MG-5, antiga MGC-262, tombou e pegou fogo.
As famílias afetadas continuam unidas, tentando retomar a normalidade. Uma semana após o acidente, obras de reparo dos imóveis foram iniciadas, algumas delas financiadas pela empresa Jbretas, proprietária do caminhão que explodiu – ainda que com algumas reclamações. Pelo menos até o dia 21 de março, alguns dos moradores ainda estavam morando em hotéis fornecidos pela empresa.