O prefeito Fuad Noman (PSD) afirmou nesta quinta-feira (11/4) que "Belo Horizonte não precisa mais temer as chuvas". De acordo com ele, os investimentos feitos preventivamente para o período chuvoso 2023/2024 tiveram resultados positivos e que não houve nenhuma tragédia significativa na capital mineira. A declaração foi proferida durante o anúncio do balanço do período chuvoso pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). 

 

“Agora, Belo Horizonte não precisa mais temer as chuvas. Muito obrigado a todos [os órgãos que participaram do Grupo de Gestão de Risco e Desastres (GGRD)]. Espero que a gente possa começar a olhar a chuva não como um mal ou um risco, mas como uma dádiva de Deus para molhar nossa terra e fazer florescer nossas árvores”, disse Fuad.

 



 

Apesar das várias enchentes registradas em Belo Horizonte, a PBH considera ter “vencido o período chuvoso 2023/2024”, já que, de acordo com o Executivo, não houve deslizamento ou transbordo de rio significativo, além de não ter havido registro de óbito por causa das chuvas.

 

“Ninguém morreu, não teve uma vítima [das chuvas]. Tem 40 anos que Belo Horizonte sofre com enchente e chuva, e tem dois anos que nós estamos na gestão, é óbvio que não foi tudo feito. Mas estamos fazendo todo o esforço possível, estamos gastando mais de R$3 bilhões esse ano, mas algumas obras que precisam ser feitas vão demorar um pouco”, afirmou Fuad.

 

"Não gosto de comparar tragédia, mas compare Belo Horizonte com o que aconteceu no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, em São Paulo e na Grande BH. Olha bem o que aconteceu lá e o que aconteceu aqui. Claro que ainda tem que mudar, mas já melhoramos muito", acrescentou.

 

Ações preventivas

 

Para a prevenção das chuvas, já foram gastos cerca de R$ 1 bilhão, que incluíram um conjunto de mais de 300 obras, das quais 52 seguem em andamento. Ainda há a previsão de que todas as obras para a prevenção de enchentes se encerrem ainda neste ano, com investimento adicional de R$ 19 milhões.

 

Áreas que apresentaram mais riscos continuam sob análise da PBH, como as Vilas Biquinhas e do Índio, ambas atingidas por temporais que invadiram casas e assustaram os moradores no início do ano. A prefeitura afirmou que as famílias serão removidas do local para que obras de prevenção possam ser realizadas. Serão investidos R$ 370 milhões no projeto.

 

Para Fuad, o histórico das chuvas servem como base para a melhoria: “Quando chega o período chuvoso, nossa tensão aumenta muito por conta das ocorrências anteriores, mas foram elas que nos serviram de guia para um conjunto de obras que precisavam, precisam e precisarão ser feitas para conter os problemas com as chuvas em Belo Horizonte. A Prefeitura de Belo Horizonte definiu um modelo de proteção contra as chuvas que deu certo”, disse.

 

A PBH também anunciou que, ao longo dos 81 dias do período chuvoso, houve 24 eventos extremos (dias que superaram 70mm em 24h) – com destaque para os dias 1° de janeiro e 20 de março, quando caíram, respectivamente, 109,2mm e 108,6mm no córrego Ferrugem –; 900 vistorias em áreas de risco geológico; e recolhimento de 487 toneladas de resíduos decorrentes das chuvas. Somente em 2024, foram limpas 29.105 bocas de lobo, das quais saíram 442 toneladas de resíduos. O volume médio das chuvas foi de 1.514mm de água.

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