Mais de 20 universidades federais de todo o Brasil aderiram à greve de professores nessa segunda-feira (15/4). Destas, oito ficam em Minas Gerais (veja lista abaixo). Além da categoria, servidores técnico-administrativos (TAEs) já estão paralisados desde o dia 11 de março. Dentre as motivações da paralisação geral, estão reivindicações de direitos dos TAEs.
Para os técnicos-administrativos, é importante que haja reposição de perdas salariais acumuladas durante os governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), além da reestruturação dos planos de carreiras e mais investimentos nas instituições. A categoria também pede a realização de um concurso para contratação de funcionários e reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
Já os professores também se encontram em luta pela recomposição salarial, pela valorização e reestruturação das carreiras dos servidores da educação pública federal e por melhores condições de trabalho. A recomposição dos quadros de professores por concurso público, a recomposição orçamentária das instituições federais e a equiparação de benefícios entre as carreiras do sistema federal e entre os servidores da ativa e aposentados também fazem parte das pautas da categoria.
Os professores reivindicam recomposição salarial de 7,06% já em 2024 e outras duas parcelas com o mesmo índice nos dois anos seguintes. Já os servidores administrativos, que estão paralisados desde o mês passado, pedem três parcelas iguais de 10,34%, em 2024, 2025 e 2026. De acordo com as entidades de classe que representam os trabalhadores, esses valores correspondem às perdas salariais das categorias desde 2016.
Proposta do governo
Na última quarta-feira (16/4), uma reunião com entidades representativas dos servidores públicos federais foi realizada em Brasília para negociações, que terminou sem acordo entre governo e servidores. Isso porque o governo apresentou um termo de compromisso da Campanha Salarial 2024, retirando a proposta anterior que previa uma recomposição de 9% em 3 parcelas (recomposição zero em 2024; 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026), rejeitada anteriormente pelos servidores da educação.
O governo também alegou dificuldades orçamentárias e ofereceu reajustes nos benefícios assistenciais que contemplariam somente os servidores da ativa, excluindo os aposentados. Os sindicatos avaliam positivamente o início da greve, com a recepção afirmativa em relação à adesão ao movimento grevista, que deve continuar até que os direitos exigidos pelos servidores sejam acordados.
Greve em Minas Gerais
Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), 21 instituições de ensino estão em greve no país. Além delas, outras 17 instituições têm indicativo de greve e outras oito se encontram em estado de greve.
Em Minas Gerais, oito delas estão nesta situação. São elas:
- Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
- Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ)
- Universidade Federal de Viçosa (UFV)
- Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
- Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
- Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet)
- Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG)
- Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM)