Uma criança de 4 anos morreu com parada cardiorrespiratória na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, nesta sexta-feira (26/4). Anteriormente, a menina havia sido atendida e mandada para casa na unidade de saúde, que chegou a bater 300% de ocupação na ala pediátrica durante a semana.

 

Essa é a segunda morte que repercute em menos de uma semana após o paciente ser atendido e liberado para retornar para casa. A influenciadora digital Tatielle Scarlat morreu no domingo (21/4). O caso é investigado por uma sindicância.

 

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde do município (Semusa) informou que a criança deu entrada na UPA com quadro convulsivo e febril. Já o Instituto Brasileiro de Políticas Públicas (Ibrapp), que gere a unidade, informou à pasta que o atendimento da menina ocorreu 15 minutos após ela chegar no local. As equipes encaminharam a criança para o setor de emergência, onde ela foi assistida pelos pediatras e por outros profissionais médicos.

 



 

Sem indicar em qual dia, o Ibrapp confirmou que a criança teve passagem anterior na UPA. "Com registro de realização de vários exames solicitados pela profissional pediatra, sem que os mesmos tenham apresentando qualquer alteração", afirmou a entidade. Assim, a menina foi liberada para a casa. A Semusa, por sua vez, disse que analisa a ocorrência para melhor entendimento do caso.


De acordo com informações apuradas pela reportagem, a menina estava com dores nas pernas. A família, então, resolveu retornar à UPA. Lá, enquanto aguardava, ela teria entrado em parada cardiorrespiratória. A vítima era moradora da região do bairro Dona Rosa.


Superlotação

 

Essa semana, a UPA de Divinópolis registrou 300% de ocupação pediátrica, segundo o Ibrapp. Na ocasião, havia 21 crianças esperando transferência hospitalar. Já na noite desta sexta-feira (26/4), conforme a Semusa, havia 16 nesta situação.


Uma das principais causas da superlotação, diz o Ibrapp, é a transição entre dengue e síndromes respiratórias – por exemplo, bronquiolite, pneumonia, entre outras doenças. A UPA tem registrado média de 100 atendimentos diários apenas de crianças.


O ambulatório da dengue criado em Divinópolis atende apenas pacientes com idade igual ou superior a 13 anos. Por causa disso, a orientação da própria prefeitura é para que os pais levem as crianças para a UPA ou Unidades Básicas de Saúde (UBS’s).

 

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Compra de leitos

 

Em nota, a prefeitura afirmou que tenta a transferência de pacientes para a rede privada de forma emergencial. O município também afirmou que é "gravíssima" a situação "instalada em toda a macrorregião de saúde". A UPA recebe pacientes da microrregião composta por nove municípios.


"A Prefeitura de Divinópolis, diante da gravíssima situação instalada em toda a macrorregião de saúde, acionou os hospitais da rede privada para verificar a disponibilidade de leitos, para procedermos a compra de serviços para atendimento emergencial das crianças divinopolitanas", comunicou.

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