A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou nesta terça-feira (30/4) que recebeu novas denúncias contra o mesmo médico investigado pela morte de Norma Eduarda da Fonseca, aos 59 anos. A servidora da UFMG morreu em 17 de abril em decorrência de complicações durante uma cirurgia de abdominoplastia e outros procedimentos estéticos realizados em um hospital de Belo Horizonte. Um inquérito foi instaurado.

 

"Assim que recebida a denúncia, a Polícia Civil iniciou as diligências necessárias no sentido de apurar as causas da morte. Foram ouvidos os envolvidos e as testemunhas e encaminhados os devidos exames junto ao IML. Também recebemos novas denúncias contra o médico em outras clínicas da capital", diz o delegado Marlon Pacheco, em vídeo enviado à imprensa, sem especificar quantas possíveis vítimas procuraram auxílio da polícia. Já a assessoria da instituição policial declarou que "outras informações serão repassadas após o avanço dos trabalhos investigativos".

 



 

A PCMG, no entanto, considera a possibilidade de que mais pessoas possam ter sido vítimas do cirurgião plástico. A instituição orienta que as denúncias sejam feitas na 3ª Delegacia de Polícia Civil, localizada na Rua Michel Jeha, 160, no Bairro São Bento.

 

 

Entenda o caso

 

Companheiro há mais de 20 anos de Norma e também funcionário da UFMG, o professor José Rachid afirma que os procedimentos começaram em 5 de fevereiro, quando a servidora passou por uma série de cirurgias plásticas em um hospital no Bairro Belvedere, na Região Centro-Sul da capital.

 

O problema é que, alguns dias depois, Norma começou a ter complicações, como inchaço no abdômen, diarreia e vômito. "Depois da cirurgia, ela ficou comigo por uma semana. Eu viajei, e ela ficou com o filho. Minha esposa começou a ter uma diarreia fortíssima e incontrolável. Ela ficou com um dreno, no meio das pernas, para escoar o líquido da cirurgia. A contaminação era óbvia, a diarreia sujava o tubo do dreno", diz.

 

As complicações não cessaram, e Norma foi levada pela irmã para o hospital Madre Teresa, na Região Oeste da capital, onde ficou internada até a morte, em 17 de abril, por falência múltipla dos órgãos depois de contrair uma bactéria. "Ela já chegou ao hospital com infecção típica hospitalar. Não é bactéria comum que fica entre nós", afirma o professor.

 

Em nota, o médico manifestou pêsames pelo falecimento da paciente. "Esclareço que as razões que a levaram a um grave quadro de infecção e, consequentemente, a óbito não têm relação com o procedimento realizado. (...) Acompanhei pessoalmente a paciente em sua entrada no hospital, em razão de ter contraído uma virose. Nessa ocasião, conforme comprovado mediante exames de sangue, não constava nenhum sinal da presença de bactéria multirresistente", diz trecho do comunicado. Leia aqui a íntegra.

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