Paula pretende representar o Brasil na Olimpíada de Matemática Copernicus, sediada em Nova Iorque -  (crédito: Divulgação)

Paula pretende representar o Brasil na Olimpíada de Matemática Copernicus, sediada em Nova York

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A mineira Paula Xavier Ramalho, de 17 anos, foi aprovada para participar da fase global da Olimpíada de Matemática Copernicus, sediada em Nova York, nos Estados Unidos. Em março deste ano, a adolescente criou uma vaquinha on-line para arcar com as despesas da competição e da viagem e conseguiu cerca de 80% do valor. Agora, ela busca alcançar o valor total para realizar o sonho e deixar a mãe orgulhosa.

 

“Competir em concursos de matemática é uma coisa que eu faço desde pequena e que eu sempre gostei muito de fazer. Eu sempre me diverti, sempre gostei dos resultados e como é meu último ano na escola, é uma das últimas oportunidades que eu vou ter de participar de algo desse tamanho. Também vai ser uma das últimas oportunidades que eu vou ter de ir para fora do país para fazer alguma coisa relacionado aos estudos”, conta Paula.

 

 

Além das muitas medalhas de olimpíadas acadêmicas nacionais que acumula, ela já havia sido aprovada, no passado, no curso de verão do The New York Times, no Yale Young Global Scholars, na Latin American Leadership Academy e no curso de verão de Jornalismo de Stanford. Com o sonho de ser jornalista, ela só pôde participar do último por receber uma bolsa integral e fazer o curso on-line.

 

Embora a adolescente queira cursar jornalismo e já tenha, inclusive, sido aprovada no curso da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ela tem aptidões para as ciências exatas também. Paula conta que gosta de matemática desde pequena e que seus professores sempre a ajudaram e incentivaram a participar das competições. Com o encorajamento dos professores, a jovem criou gosto pela disciplina.

 

 

“Eu prefiro redação, português, linguagens em geral, mas é uma escolha mesmo. Não é como se eu não conseguisse ir bem nas outras matérias, mas eu gosto muito dos dois. Matemática não é algo que eu levaria como profissão, mas é algo que eu gostaria de continuar praticando mesmo, sem ser parte do meu trabalho. Eu acho muito satisfatório”, conta em entrevista ao Estado de Minas.

 

Paula perdeu seu pai com apenas 8 anos e viveu com a mãe e com a avó durante boa parte de sua vida. Com a morte da avó, em 2018, ela se viu apenas com a mãe, que trabalha muito para manter as duas. Devido a aptidão da jovem, ela já deu aulas de matemática e conseguiu ajudar financeiramente a mãe, mas não o suficiente para conquistar seu grande sonho.

 

“Experiências acadêmicas, no geral, são importantes porque trabalham seu raciocínio, os seus pensamentos. Eu acho a matemática muito bonita também, eu acho que adiciona uma coisa positiva na minha vida que não necessariamente está ligada só aos estudos, porque eu me divirto fazendo isso. Ainda mais quando eu participo dessas competições de grande porte”, explica.

 

 

A estudante dá aulas particulares desde o 6° ano do Ensino Fundamental e, na época, pedia apenas que os amigos pagassem seu almoço. Hoje, com o dinheiro das aulas, consegue ajudar a mãe a pagar as despesas de casa, além de guardar um pouquinho para o lazer.

 

A Olimpíada de Matemática Copernicus, na qual Paula foi aprovada, ocorre em julho. Portanto, ela precisa do dinheiro até meados de junho para conseguir arcar com os gastos da viagem. Como a adolescente já arrecadou quase R$ 20 mil dos R$ 25 mil que pediu no início, agora ela luta para alcançar o restante. Caso não consiga através da vaquinha, a jovem pretende fazer um empréstimo bancário para realizar o sonho, mas esta não é uma boa opção para ela, que ainda vai completar a maioridade no próximo mês.

 

Até o momento da publicação desta reportagem, Paula já conseguiu arrecadar cerca de R$ 19.950,00 e agora chega na reta final. Para doar, basta acessar o link da vaquinha ou fazer um Pix para o e-mail 4603532@vakinha.com.br.