Eni da Silva Coelho, condutora de trem no metrô de Belo Horizonte, passa o Dia das Mães na companhia do filho, Daniel, pela primeira vez na cabine vendo a mãe trabalhar -  (crédito: Metrô BH/Divulgação)

Eni da Silva Coelho, condutora de trem no metrô de Belo Horizonte, passa o Dia das Mães na companhia do filho, Daniel, pela primeira vez na cabine vendo a mãe trabalhar

crédito: Metrô BH/Divulgação

Cada vez mais as mulheres avançam em setores profissionais, até então, majoritariamente masculinos. Ocupam os espaço, superam desafios, preconceitos, desconfiança e se tornam exemplos, referências. Neste Dia das Mães, 12 de maio de 2024, século 21, Eni da Silva Coelho, de 49 anos, é uma legítima representante da força da mulher e mãe que luta e procura viver seus sonhos: há 17 anos ela é condutora de trem no metrô de Belo Horizonte. E transporta, diariamente, milhares de pessoas que utilizam o transporte na capital.

 

Com habilidade para operar composições e conduzir a vida do filho, Daniel de Almeida Silva Coelho, de 13 anos, que revela ver a profissão da mãe com fascínio e alegria.

 

 

"O que mais gosto é brincar de jogo de trem no videogame, no qual tenho de imitar o trabalho da minha mãe e conduzir o trem durante o jogo", revela Daniel.

 

 

O modal é de extrema importância para a população da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Na rotina trabalho, Eni faz cerca de seis viagens, saindo da Estação Vilarinho para a Estação Eldorado e vice-versa.

Neste domingo, Dia das Mães, pontualmente às 8h, Eni fez sua primeira viagem do dia, na companhia de Daniel. Mãe orgulhosa, ela concilia o cuidado com o filho e o trabalho no Metrô BH: "Optei pelo turno da manhã, para ter tempo de estar com ele na parte da tarde e à noite, já que acordo bem cedo para ir trabalhar". As estações do sistema de transporte público abrem às 5h15.

 

Convite para um dia especial

Nesse dia que celebra as mães, Eni viveu um daqueles momentos especias ao lado filho, que vai ficar na memória e será lembrado pelos dois. Ela foi convidada pelo Metrô BH para levar Daniel e viajarem juntos, na cabine de controle do trem.

 

"Sempre foi o sonho dele fazer isso. Ele já tinha entrado na cabine e diz que quer ser operador de trem também. Mas ainda não tínhamos tido a oportunidade de viajarmos juntos. Estarei trabalhando, fazendo o que gosto, mas junto do meu filho, no Dia das Mães”, comemora Eni.


A trajetória até a condução do trens

Eni conta que, aos 31 anos, decidiu fazer um concurso público e se deparou com o edital do Metrô BH: "Eu me inscrevi, mas não sabia que era para estar no comando do trem. Passei na prova, recebi os treinamentos e assumi o cargo. Quando fui ver, já estava operando e conduzindo trens".

Profissão desafiadora que ela desbrava com maestrina. Eni lembra que, no início, sua mãe falava que era "serviço de homem". Mas ela garante que nunca ligou para esse tipo de preconceito.

"Desde criança, eu brincava de trenzinho, carrinhos, e com outras brincadeiras que dizem 'ser de meninos'. De lá pra cá, casei e me tornei mãe. Há 13 anos, concilio a condução da vida do meu filho com o trabalho. Duas funções que eu amo".

E Eni faz uma relação entre o ser mãe e o cuidado que tem diariamente com seus passageiros. Para ela, "ser mãe é ter responsabilidade na condução da vida dos filhos. E é também uma responsabilidade conduzir os passageiros, com segurança, até o destino". Cuidar de vidas.

 

 

A dupla jornada

E como a maioria das mulheres, a jornada dupla, às vezes mais, está presente na vida de Eni, que sai de casa bem cedo para trabalhar e deixa Daniel ainda dormindo: "Divido com meu marido os cuidados com ele. Por volta das 15h, quando chego em casa, a atenção é toda para o Daniel. Fazemos os deveres de casa, o levo para a natação, providencio o jantar e ainda dedico tempo para brincar, já que ele não tem irmãos".

 

Mesmo neste ritmo frenético, quase na velocidade do metrô, Eni enfatiza que é grata à profissão e seus ensinamentos: "Se tem algo que a profissão me ensinou, que levo para dentro de casa e para a criação do meu filho, é o cumprimento da rotina e dos horários. Sou exigente com isso. É o que aprendi sendo operadora de trens”. Assim, Eni garante que sua vida, a do filho e da familía sempre estejam no trilho certo.

 

O metrô de BH

De acordo com a empresa de transporte metroviário, o Metrô BH tem cerca de 100 colaboradoras mães e a maior parte delas atua nas áreas de operação, como é o caso das condutoras de trens.

 

 

Sete condutoras de trens são mães, incluindo a coordenadora do setor. Esse número representa aproximadamente 10% dos empregados que trabalham nessa função, na concessionária.

 

Paula Alvim trabalha no metrô da capital há 17 anos, dos quais em quatro ela foi operadora de trem. Hoje, ela é coordenadora dos condutores e lidera uma equipe de aproximadamente 90 pessoas, sendo seis delas mães.

 

Para Paula, depois de ser mãe, a visão de mundo muda, e claro, isso impacta no trabalho. “Segurança sempre foi um tema importante no Metrô e depois que me tornei mãe, me preocupo ainda mais, especialmente com crianças, idosos ou pessoas com deficiência. É natural que, com a maternidade, nosso olhar atento, nosso instinto de cuidado e a empatia aumentem. E a gente leva isso para todas as esferas da vida. No meu caso, trouxe tudo isso para a segurança com o usuário e também para a gestão de pessoas".

 

Paula conta que se tornou gestora no Metrô quando já era mãe, então ela afirma que trabalha de um jeito "bem maternal": "Minha equipe percebe os benefícios disso. E até hoje funcionou muito bem!”.

 

Serviço

Valor da passagem: R$5,30
Venda on-ine: https://qrfy.com/p/b5ZzPrETz7
Atendimento ao usuário: falemetrobh@metrobh.com.br ou por telefone/WhatsApp: (31) 99188-0338