Instituto Metodista Granbery poderá se transformar em uma unidade Sesi, em 2025 -  (crédito: Divulgação / Instituto Metodista Granbery)

Instituto Metodista Granbery poderá se transformar em uma unidade Sesi, em 2025

crédito: Divulgação / Instituto Metodista Granbery
Está marcado para o dia 23 de maio o leilão de parte do Instituto Metodista Granbery, colégio centenário de Juiz de Fora, localizado na Zona da Mata Mineira. O leilão foi homologado pela Justiça para quitar dívidas da Rede Metodista de Educação, que se encontra em Recuperação Judicial desde o final de 2022 e tem uma dívida bilionária. 
 
A proposta prioritária para a compra de parte do Instituto Metodista Granbery é da Fiemg, que deseja implementar a primeira unidade Sesi em Juiz de Fora. O valor da compra é de R$ 61,5 milhões. 
 
“O Sesi é a maior rede de educação básica privada do estado, porém não há uma unidade em Juiz de Fora, umas das cidades mais importantes de Minas Gerais. Dessa forma, pretendemos implantar uma escola para atender os alunos que já estão matriculados no Instituto Metodista Granbery e ofertar novas vagas. O Sesi dispõe de uma proposta pedagógica de vanguarda e, se houver êxito nessa aquisição, Juiz de Fora ganhará uma escola portadora de futuro para sua população”, informou a Fiemg, em nota.
 
 
 
O interesse da Fiemg no espaço vem de alguns meses. Internamente, a direção do Granbery realizou reuniões com os pais para explicar que até o fim de 2024 o ensino continuará o mesmo, assim como as bolsas de estudo e o material didático. A linha pedagógica do Sesi será implementada a partir de 2025. 
 
A proposta é comprar o Prédio Histórico do Instituto Metodista Granbery, mais dois prédios em anexo, além de parte do Centro de Educação Física e Esportes (Cefe), que foi tombado no começo do ano pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac) de Juiz de Fora. O decreto do tombamento ainda não foi assinado pela prefeita Margarida Salomão (PT). 
 
 
 

Leilão evitará falência da Rede Metodista

 
Com uma dívida que ultrapassa R$ 2 bilhões e tendo que pegar quase R$ 500 milhões em passivo trabalhista, a Rede Metodista de Educação terá que vender parte do Instituto Metodista Granbery para que não entre em falência.
 
 
Sesi comprará os terrenos marcados em amarelo (parte educacional) e azul (parte esportiva)

Sesi comprará os terrenos marcados em amarelo (parte educacional) e azul (parte esportiva)

Reprodução / Processo de Recuperação Judicial da Rede Metodista de Educação
 
 
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (Contee), que representa diversos sindicatos de cidades em que há instituições de ensino metodistas, entrou com um pedido de falência da Rede Metodista de Educação, alegando o não cumprimento das obrigações definidas pela Recuperação Judicial. 
 
No entanto, o pedido foi indeferido pelo juiz Gilberto Schafer, da Vara Regional Empresarial de Porto Alegre, onde concentra o pedido de Recuperação Judicial. Mesmo com o pedido de falência sendo negado, o magistrado determinou que a Rede faça o leilão do Granbery e de outros imóveis para ter recursos e cumprir o que está preconizado na Recuperação Judicial. 
 
 

Tombamento de parte do Granbery à espera da prefeita

No começo de 2024, o Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural (Comppac) votou favorável ao pedido de tombamento do Centro de Educação Física e Esportes (Cefe) do Instituto Metodista Granbery. O pedido foi feito por moradores do bairro Granbery - que leva o nome em homenagem à escola - para evitar que um residencial fosse construído no local. 
 
 
 
No entanto, quase quatro meses após a aprovação do tombamento, o decreto não foi assinado pela prefeita Margarida Salomão (PT). O Estado de Minas apurou que não há data para que a prefeita publique o decreto. Mesmo sem o tombamento oficial, parte do Cefe será vendido para o Sesi, que continuará usando o local para a prática esportiva. 
 
“A intenção sempre foi de adquirir o complexo educacional e parte da estrutura esportiva do Instituto Metodista Granbery para assegurar o cumprimento da legislação escolar, que prevê a prática de atividades físicas”, finalizou a Fiemg, em nota.