Laura estava com casamento marcado para setembro deste ano e queria emagrecer para a cerimônia -  (crédito: Arquivo Pessoal)

Laura estava com casamento marcado para setembro deste ano e queria emagrecer para a cerimônia

crédito: Arquivo Pessoal

O corpo de Laura Fernandes Costa, de 31 anos, foi exumado nessa terça-feira (14/5) para exame de necropsia. O corpo foi retirado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) do cemitério municipal de Nova Lima, onde estava enterrado, e levado ao Instituto Médico Legal (IML) na tarde de ontem.


 

Segundo o boletim médico, a engenheira morreu na tarde do dia 7 de maio devido a uma perfuração no estômago, que causou uma infecção generalizada. Ela passou por um procedimento de colocação de um balão intragástrico no dia 26 de abril e, após passar mal, fez a retirada do dispositivo no dia 2 de maio. 


A família de Laura acusa o médico Mauro Lúcio Jácome, responsável pelo procedimento, de negligência médica por não prestar o suporte necessário para a paciente. As investigações têm como objetivo esclarecer as circunstâncias em que se deu a morte da engenheira.


“Foi realizada a exumação do corpo da vítima, para exame de necropsia, tratando-se de um procedimento necessário ao curso da investigação que apura as circunstâncias e a causa da morte da mulher, de 31 anos. [...] A PCMG informa que o inquérito policial segue em tramitação, sob sigilo, e demais informações serão prestadas apenas ao término da investigação”, declarou a PCMG em nota.


Relembre o caso 


Laura realizou o procedimento de colocação do balão intragástrico em uma clínica na região do Barreiro, em Belo Horizonte, no dia 26 de abril. A engenheira sentiu os primeiros sintomas no dia seguinte à cirurgia. No dia 30 de abril, entrou em contato com o médico responsável, Mauro Lúcio Jácome, para realizar a retirada do balão na mesma clínica onde foi atendida anteriormente, mas não encontrou o profissional.


Em 1º de maio, voltou a procurá-lo em outra unidade da Clínica Cronos, na Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, também sem êxito. “Na quarta (01/05) ela foi à clínica porque estava vomitando sangue, e foi negado o atendimento para ela. O médico tinha quatro atendimentos no dia, fez dois e foi embora. No dia 2 ela retornou e fez a retirada do balão”, conta Matheus.


Mesmo com a retirada do dispositivo, a engenheira continuou a passar mal e, em 6 de maio, foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em Nova Lima, na Grande BH. Durante o atendimento, foi encontrada uma perfuração no estômago, que causou o vazamento de fezes para o organismo e resultou em uma infecção generalizada. Ela morreu no dia seguinte.


O médico alega que procurou a paciente, mas, segundo o noivo, a tentativa de contato ocorreu apenas depois da morte de Laura. “Realmente ele procurou, a Laura veio a óbito às 17:30, ele já sabia que ela estava em coma, e ele mandou mensagem às 18:11”, relata Matheus.


Em nota, a Clínica Cronos, da qual o médico Mauro Lúcio Jácome é sócio, afirmou que se solidariza com a dor da família, mas que a paciente foi liberada sem sintomas logo após a cirurgia e que não retornou no dia seguinte como estaria agendado.


 

"O procedimento ocorreu sem qualquer intercorrência, sendo a paciente liberada com acompanhante, sem sintomas, com agendamento de retorno para o dia seguinte, para fins de acompanhamento, mas sem comparecimento da paciente. A paciente não atendeu aos chamados da clínica para retorno", diz a nota. "A Clínica e os seus profissionais estão à disposição da família ou autoridades para prestar todo esclarecimento e apresentar toda documentação necessária, a fim de comprovar a inexistência de erro médico."


A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias e a causa da morte de Laura. “A instituição irá realizar as oitivas de testemunhas e envolvidos, solicitar os prontuários médicos da paciente, bem como realizar todas as diligências necessárias visando a completa elucidação do caso”, afirmou, em nota.