A angústia da família de Bráulio Rosa, de 35 anos, mineiro encontrado depois de sumir em razão de surto psicótico na viagem para o show da Madonna, em Copacabana, não terminou. Eles ainda buscam entender o que exatamente aconteceu no dia 4 de maio, mas continuam respeitando o momento delicado do parente. A família permanece com poucas informações e sem contato direto com o rapaz, que segue internado no Rio de Janeiro.
O homem encontrado é analista de contas e, segundo o irmão mais velho de 39 anos, Breno Rosa, ele sempre buscou autonomia, por meio do estudo e trabalho. Ele destaca a independência do irmão, mesmo com as dificuldades que o diagnóstico de bipolaridade impõe, e a paixão por músicas e artistas da cena do pop e, por isso, a vontade de presenciar a vinda da artista ao Brasil.
Ainda, explica a tentativa de preservação da mãe, de 72 anos, abalada, e afirma aguardar ansiosamente por respostas. “Esperamos que o tratamento seja positivo e ele possa retornar a vida normal”, ele diz.
A família mantém contato com os médicos da clínica por meio de uma prima que mora no Rio de Janeiro, de 34 anos, que ajudou na busca por Bráulio. Como as visitas não são permitidas durante o tratamento, a ideia dos familiares é aguardar, mesmo preocupados, e trazê-lo de volta a Minas Gerais, onde possa seguir em uma clínica psiquiátrica de Pedro Leopoldo, na Grande BH.
O irmão relata o desassossego ao pensar em Bráulio vagando pelas ruas da cidade, sem saber, até o momento, o que realmente aconteceu com o irmão mais novo.
“Como ele ficou alguns dias desaparecido, estava debilitado. Provavelmente vagando pelas ruas, sem se alimentar, porque perdeu peso. Ele tem surtos e provavelmente estava muito agitado sem os medicamentos”, conta.
O parente diz ter assumido muito cedo a responsabilidade dentro de casa, mas que seus dois irmãos, Bráulio e Plínio, sempre colaboraram com a família, que desde muito tempo foi abalada pela separação dos pais.
Relembre o caso
O mineiro Bráulio Rosa desapareceu no Rio de Janeiro no dia da apresentação da Madonna em Copacabana, em 4 de maio. A Polícia Civil do Estado (PCERJ) é quem investiga o caso.
O fã da cantora partiu para o show apenas com um celular e mochila, mas foi encontrado somente com as roupas do corpo. O irmão mais velho, Breno Rosa, afirmou que ele foi localizado, com a ajuda de uma prima que reside na capital fluminense, no centro da cidade.
Bráulio tem um transtorno de bipolaridade e, ainda segundo o familiar, o uso inadequado da medicação o levou às infelizes circunstâncias. Ele é natural de Pedro Leopoldo, na Grande BH. Morou na capital desde os 20 anos e sempre trabalhou, levando a vida de forma independente. Há dois anos, decidiu voltar a residir com a mãe na Região Metropolitana.
Prestes a partir rumo ao evento, avisou de surpresa que faria a viagem. Disse que se hospedaria em um hostel, mas sequer deu entrada no lugar. De acordo com Breno Rosa, o médico já havia informado que caso ele não tomasse a medicação indicada, as crises viriam à tona. O irmão, sabendo dessa condição imposta pelo profissional de saúde, se preocupou imediatamente com a segurança de Bráulio.
Ainda não se sabe se o admirador da cultura pop conseguiu assistir ao show, nem como lidou com os últimos dias. O parente acredita que, devido ao estado de saúde mental, ele não soube pedir ajuda, ou até mesmo ter percebido que precisava de apoio.
O último contato, antes dele ser encontrado, foi no dia 3 de maio. “Tô no ônibus”, ele conta para Breno ao telefone, que de prontidão pede: “Toma cuidado e me mantém informado, vamos conversando”. Mas o irmão só teve notícias 11 dias depois, na terça-feira (14/05), quando o homem foi localizado no Rio. Contudo, a família continua sem respostas.