A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou nesta quinta-feira (16/5) que dois casos suspeitos de tuberculose em detentos estão sendo investigados no Presídio de Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais.
Conforme a pasta, os custodiados apresentaram sintomas da doença este mês e foram submetidos a exames. Os resultados devem ficar prontos "até o fim desta semana", disse a Sejusp, acrescentando que os detentos já “apresentaram significativa melhora”.
A secretaria não esclareceu se eles estão na unidade prisional ou se foram encaminhados para algum hospital.
No fim de março deste ano, o Estado de Minas mostrou que detentos do Presídio de Ubá, na Zona da Mata mineira, tiveram diagnóstico confirmado não só para tuberculose, como sarna, furunculose e gripe. Na ocasião, as visitas foram suspensas.
A tuberculose em números
Também em março, o Ministério da Saúde divulgou que o coeficiente de incidência da doença diminuiu em 2023 depois de dois anos consecutivos de aumento. No ano passado, foram identificados 80.012 casos novos no Brasil, correspondendo a uma incidência de 37 ocorrências por 100 mil habitantes, abaixo dos 81.604 novos registros em 2022, quando a incidência foi de 38 casos por 100 mil habitantes.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgados no fim de abril mostram que nos últimos quatro anos, a cada dia, uma média de 14 pessoas foram diagnosticadas com tuberculose, num total de 20.363 casos notificados.
Outras 1.735 morreram em razão da doença no mesmo período, entre casos gerais e demais causas (comorbidades) associadas à doença. Considerando apenas os casos novos, que somaram 15.977 ocorrências, quase 50% alcançaram a cura, ou seja, 7.506 pessoas superaram a doença.
A doença
A tuberculose é uma doença acentuada pela desigualdade social e causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, conhecida como Bacilo de Koch. No Brasil, é mais recorrente em determinados perfis, como na população privada de liberdade, pessoas em situação de rua, aquelas que vivem com HIV e indígenas, além de indivíduos com restrições a certos medicamentos.
De modo geral, a tuberculose é transmitida pela via respiratória da pessoa portadora do bacilo, que o elimina no ambiente. O contágio se dá pela inalação dos aerossóis provenientes da tosse, fala ou espirro do doente. As chances de transmissão aumentam significativamente em ambientes fechados, mal ventilados, sem luz solar e com muitas pessoas.
A tosse, acompanhada de escarro, é o sintoma mais frequente nos casos de tuberculose pulmonar. Caso persista por três ou mais semanas, o médico deve ser consultado. Outros sintomas associados à doença são emagrecimento, fraqueza, cansaço, dores no corpo, febre baixa, geralmente ao entardecer, e suor noturno.