Criança realizando atividade de alfabetização, formando as palavras cebola, milho e ervilha -  (crédito: Prefeitura de Maceió)

Criança realizando atividade de alfabetização, formando as palavras cebola, milho e ervilha

crédito: Prefeitura de Maceió

Com quase um milhão de analfabetos, Minas Gerais tem o pior desempenho de alfabetização entre os estados do Sudeste, região com o segundo melhor índice do Brasil, conforme censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de analfabetismo de Minas (5,85%), no entanto, é ligeiramente menor que a média nacional (7%).

 

Entre os estados do Sudeste, somente o Espírito Santo tem um número de analfabetos próximo ao de Minas, com 5,62%. O menor índice é de São Paulo, com 3,11%, seguido pelo Rio de Janeiro, com 3,28%. A redução registrada em Minas entre 2010 e 2022 foi a segunda melhor da região, atrás apenas do Espírito Santo.

 

Em Minas, a taxa de analfabetismo entre idosos é quase 20 vezes maior do que entre os jovens. Em 2022, a taxa entre pessoas de 80 anos ou mais era de 28,67%, enquanto entre jovens de 15 a 29 o número caiu para 1,04%. Aqueles com 65 anos até 75 anos também tinham número mais elevado, chegando a 17,17%.

 

 

Evidenciando a desigualdade social, as taxas são ainda menores entre a população negra idosa. Com 80 anos ou mais, em 2022, a taxa era de 46,24%, mais do que o dobro do registrado na população branca da mesma idade, cujo índice foi de 19,17%. A taxa de analfabetismo entre pretos de todas as idades em Minas Gerais (8,45%) também é o dobro do que o percentual observado entre brancos (4,11%). A discrepância também aparece entre os indígenas: 13,98% não sabem ler e escrever.

 

Cenário brasileiro


A taxa de analfabetismo no Brasil caiu de 9,6% em 2010 para 7% em 2022, redução observada em todas as faixas etárias. A maior parte dos brasileiros que não sabe ler e escrever tem 65 anos ou mais, intervalo de idade em que, por outro lado, foi registrado a maior queda na taxa de analfabetismo (9,1 pontos percentuais), saindo de 29,4% no Censo de 2010 para 20,3% em 2022.

 

Os estados com as maiores taxas de analfabetismo são Alagoas (17,66%), Piauí (17,23%) e a Paraíba (15,96%). Já as menores ocorrem em Santa Catarina (2,67%), Distrito Federal (2,77%) e Rio Grande do Sul (3,11%). O Nordeste tem a taxa mais alta, de 14,21%, e o Sul, a mais baixa, de 3,45%, percentual melhor do que a média nacional de 7%.

 

Em nível nacional, o analfabetismo também é maior entre a população negra e parda: a média nacional é de 18,94%, quase o quádruplo da taxa observada entre as pessoas brancas (4,3%), ainda que tenha registrado um aumento de quase cinco pontos percentuais do Censo de 2010 para 2022. A discrepância na taxa de analfabetismo também é alta entre negros (16,06%).