Os participantes se vestem com trajes retrô, remontando ao glamour das décadas passadas, enquanto exibem suas bicicletas antigas -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A.Press)

Os participantes se vestem com trajes retrô, remontando ao glamour das décadas passadas, enquanto exibem suas bicicletas antigas

crédito: Leandro Couri/EM/D.A.Press

O grupo de ciclistas retrô Tweed Ride BH faz a edição de outono do evento na manhã deste domingo (19/5), no bairro Cidade Jardim, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

 

O movimento reúne entusiastas da bicicleta e admiradores do estilo vintage em um passeio pela capital mineira. Os participantes se vestem com trajes retrô, remontando ao glamour das décadas passadas, enquanto exibem suas bicicletas antigas. O grupo também trabalha na preservação da memória e do patrimônio histórico da cidade.

 

 

Segundo o organizador do Tweed Ride BH, Gil Sotero, de 45 anos, o evento é inspirado no Tweed Run de Londres, que começou em 2009. “BH é uma cidade relativamente nova mas que perde a memória a um ritmo alucinante. Casas antigas ao chão e uma desconexão grande com seu passado. Nossa motivação dialoga com a ‘slowlife’, a preservação da memória e de uma vida ao ar livre. Dos olhos nos olhos, da gentileza e daquela saudade dos nossos avós que viveram essa época”.

 

O evento é feito ao menos duas vezes ao ano desde 2013. Com bicicletas antigas e roupas de brechó, Gil classifica o Tweed Ride como uma viagem no tempo, para uma época em que a capital mineira tinha outro ritmo. “Queremos uma cidade cada vez mais humana, onde as pessoas possam caminhar e pedalar. As crianças possam crescer ativamente”.

 

 

 

Outro objetivo do grupo é acabar com o estigma de que Belo Horizonte não é uma cidade para pedalar por causa do relevo. “Quem fala que BH não é para pedalar é porque não pedala. Belo Horizonte tem grupos de pedal que saem todos os dias. O nosso é o único retrô. BH é conhecida como a capital da mountain bike. É a cidade que tem mais praticantes dessa modalidade. Ou seja, é a cidade das bicicletas também e as pessoas devem entender isso”.

 

O advogado Júlio Lana, de 43 anos, foi conferir de perto o Tweed Ride. Para ele, é importante que os grupos de ciclistas ocupem a rua para mostrar que existe uma alternativa de transporte barato e sustentável.

 

 

“Belo Horizonte precisa ser ocupada pelos grupos de ciclistas por causa do trânsito violento. Esses movimentos são importantes para mostrar uma alternativa de transporte viável, barato, sustentável para as pessoas que não querem usar transporte público ruim”.

 

 

Júlio ainda afirmou que adora andar de bicicleta pela capital, mas que falta infraestrutura. “Não é só ciclovia que é preciso fazer. Temos também que ter bicicletários, que é algo deficiente na cidade. Locais públicos, cinemas e hospitais não tem bicicletário”.

 

Para Júlio, movimentos como Tweed Ride BH são importantes para fortalecer a cultura da bicicleta na cidade. "É diferente e chama atenção. Mostra que não é só a bicicleta moderna e que é viável andar de bicicleta em Belo Horizonte".

 

O grupo se concentrou na porta do Museu Histórico Abílio Machado no início da manhã de hoje. Os participantes vão descer a rua São Paulo em direção à Praça Raul Soares e voltar para a porta do museu. Segundo Gil, o trajeto é de 5 km.