Segundo a Polícia Civil, o motorista de aplicativo não foi vítima de homicídio ou latrocínio -  (crédito: Divulgação/PCMG)

Segundo a Polícia Civil, o motorista de aplicativo não foi vítima de homicídio ou latrocínio

crédito: Divulgação/PCMG

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu que não houve crime na morte do motorista de aplicativo Oscar Frederico Santos de Oliveira, de 29 anos. O corpo foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros no dia 12 de dezembro de 2023 distante do seu carro, em um precipício no Parque Serra do Rola Moça, em Ibirité, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

Durante as investigações foram analisadas as contas bancárias de Oscar e testemunho de parentes, sendo constatado que a vítima sofria de depressão por dívidas financeiras acumuladas. Também foram coletadas imagens de segurança no dia do desaparecimento do motorista, nas quais ele aparece abastecendo seu veículo e falando ao celular, sempre sozinho. A perícia no local e a necropsia revelaram que, momentos antes de a vítima morrer, ela fez uso de grande quantidade de bebida alcoólica e dirigia em velocidade acima da permitida na via.

 

“A hipótese mais provável é de que, diante de seu frágil estado psicológico, o homem efetuou uso em demasia de bebidas alcoólicas, sendo que, logo em seguida, assumiu a direção de seu veículo, oportunidade em que, estando em velocidade incompatível, contando ainda com características sinuosas da via, perdeu o controle do automóvel, vindo em seguida a cair no precipício onde, infelizmente, veio a óbito”, apontou o delegado responsável pelo inquérito policial, Wellington Martins Faria.

 

 

De acordo com Faria, a Polícia Civil ainda não descartou a hipótese de suicídio. “Isso, em razão dos diversos fatores elencados. Contudo, não há indícios de causa criminosa nessa ocorrência e, por isso, o inquérito policial, de 215 páginas, foi concluído”, disse. A família contesta a versão de que Fred teria depressão ou tentaria suicídio.

 

Relembre o caso

Fred, como era popularmente conhecido, trabalhava como engenheiro e como motorista de aplicativo. A irmã da vítima, Thais Santos de Oliveira, de 38 anos, relatou que no dia 11/12 o irmão saiu do serviço na área comercial do Barreiro, onde trabalhava como engenheiro, e foi rodar com o carro dele em aplicativo de passageiros, atividade na qual trabalhava há alguns anos. Porém, ele não voltou para casa.

 

O carro foi encontrado pela aeronave Pégasus da Polícia Militar na rodovia sentido Bairro Casa Branca, próximo ao Morro dos Veados, na noite do dia 11. O corpo da vítima estava em um local de difícil acesso e distante do automóvel, sendo localizado apenas na noite do dia seguinte.

 

Sonho interrompido

Formado em engenharia civil em 2018, Oscar havia começado a trabalhar como engenheiro um mês antes de sua morte. Ele conciliava a carreira com as corridas por aplicativo para aumentar a renda, mas sua intenção era viver somente da engenharia.

 

“Ele estava muito feliz trabalhando em uma obra aqui na região do Barreiro. Além de esforçado e trabalhador, ele era muito estudioso e se preocupava muito com a gente. Nem parecia que era o caçula”, diz Thais, referindo-se não só a ela, mas aos outros dois irmãos, de 36 e 43 anos.

 

Solteiro e sem filhos, Oscar, ainda segundo a irmã, buscava forças em Deus para enfrentar “as batalhas diárias” por meio de sua participação no Encontro de Jovens com Cristo (EJC) na paróquia Santa Clara e São Francisco, em Ibirité.