Fachada do prédio da FUNDEP da UFMG, no campus Pampulha, no número 6627 da Avenida Abrahão Caram -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Fachada do prédio da FUNDEP da UFMG, no campus Pampulha, no número 6627 da Avenida Abrahão Caram

crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press

Os sindicatos de professores de universidades federais de todo o país devem responder até segunda-feira (27/5) se pretendem aderir ao acordo oferecido pelo governo na última quarta-feira (15/5). Os docentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se reuniram na última sexta (17/5) e recusaram a proposta, mantendo a greve na instituição por tempo indeterminado.

 

Os professores da UFMG, representados pelo Sindicato de Professores de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (APUBH), mantiveram a greve, pelo menos, até a próxima segunda (27), quando vão decidir por novas assembleias. Para integrantes do APUBH, a universidade faz parte de uma mobilização nacional, e por isso, é precipitado e unilateral tomar uma decisão de saída da greve por enquanto.

 

 

As entidades que podem aceitar, ou não, a proposta federal são o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes).

 

Até o momento, os professores da UFMG seguem  paralisados oficialmente há 36 dias, em decisão tomada em assembleia-geral no dia 11 de abril. O APUBH não pretende se manifestar em relação à última proposta do governo enquanto outros sindicatos não o fizerem.

 

Outro ponto para a indefinição é a greve dos técnicos-administrativos (TAEs)  que segue, pelo menos, até amanhã (22/5), quando será realizada uma nova mesa de negociações. Os docentes se solidarizam com a classe.

 

Proposta

 

A última versão apresentada aos docentes manteve a proposta de não ter reajuste salarial em 2024 e ofereceu 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, responsável por conduzir as negociações, propôs à categoria reajustes que chegam a 43% em quatro anos, considerando o aumento de 9% já concedido no ano passado para todos os servidores federais.

 

 

A oferta apresentada pelo governo durante a mesa específica de negociação é de reajuste em duas parcelas, janeiro de 2025 e maio de 2026, que variam de 13,3% a 31,2% até 2026. Com o reajuste proposto, os professores no nível inicial da carreira passarão a receber R$13.753 e no final da carreira (professor titular) o salário será de R$ 26.326.

 

Negociações anteriores

 

A proposta anterior do governo foi apresentada em 19 de abril, e previa um reajuste de 9,5% no salário em 2025 e mais um de 3,5% em maio do ano seguinte. Mas não foi acatada pelos servidores.

 

No dia 13 de maio, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), protocolou uma nova contraproposta ao governo: manteve a defesa do índice de 22,71%, mas aceitou o aumento de 9% proposto pelo governo para 2025.

 

Marcha da Classe Trabalhadora

 

Diante do cenário, o APUBH busca impulsionar o movimento grevista e fortalecer as lutas de classe. O sindicato vai comparecer à Marcha da Classe Trabalhadora, marcada para esta quarta (22), em Brasília (DF).

 

 

Convocada por representações sindicais, essa é uma iniciativa para apresentar ao governo Lula e ao Congresso Nacional uma agenda voltada a assegurar pleno emprego, melhores salários e o desenvolvimento econômico e social no Brasil.

 

A manifestação vai levantar as bandeiras de lutas da revogação do Novo Ensino Médio (NEM) e das reformas Trabalhista e da Previdência, assim como a valorização do serviço público, do salário mínimo e das aposentadorias.