Em um vídeo que circula nas redes sociais, a mãe do menino Heitor Felipe, de 9 anos, morto em uma chacina durante uma festa de aniversário, aparece desolada ao lado do corpo do filho. O crime aconteceu na noite dessa quinta-feira (23/5), em um sítio, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Com alguém no celular, a mulher, de 27 anos, fala: “Acabaram com a minha vida. Mataram o meu filho, minha sobrinha”. Heitor era atleta da categoria de base do Atlético e sonhava ser jogador de futebol. Nas redes sociais, o menino compartilhava a trajetória no esporte e afirmava que não iria desistir do sonho de ser atleta.
Dois homens armados invadiram a festa de aniversário de 9 anos de Heitor Felipe Moreira de Oliveira e atiraram contra as pessoas na celebração. O aniversariante, o pai dele, Felipe Moreira Lima, de 26 anos, e a prima Laysa Emanuele, de 11, morreram no local.
O caso aconteceu na noite dessa quinta-feira (23/5), em uma casa de festas no bairro Areias de Baixo, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Felipe era o alvo de assassinos por causa do tráfico de drogas no Morro Alto, em Vespasiano, na Grande BH, e estava em guerra com traficantes do bairro Bela Vista, segundo informa o boletim de ocorrência da polícia militar.
Os líderes do tráfico do bairro Bela Vista queriam que Felipe comercializasse os entorpecentes fornecidos por eles, mas Felipe já tinha um fornecedor e não queria fechar parceria com os traficantes do Bela Vista. Felipe e a família estavam recebendo ameaças de morte há pelo menos três meses.
Felipe foi baleado ao menos doze vezes. Heitor foi baleado quatro vezes na boca, costas, queixo e pescoço. Laysa foi atingida no queixo e pescoço.
Além dos três mortos, outras três pessoas foram baleadas e encaminhadas a uma unidade de saúde. Uma adolescente, de 13 anos, foi baleada na canela. Uma jovem, de 19, foi ferida na nádega e uma mulher, de 41, foi baleada nas costas e cintura, está em estado grave. Na manhã desta sexta-feira (24/5), a vítima de 13 anos recebeu alta.
Durante o crime, uma mulher entrou em luta corporal com o suspeito de 23 anos para tentar impedir que ele atirasse em mais pessoas. A mulher narrou para a Polícia Militar que, durante a luta corporal, o segundo suspeito fez disparos contra ela, mas ela não foi atingida.
Horas depois do crime, o homem de 23 anos, reconhecido pelas testemunhas, deu entrada na UPA com disparos de arma de fogo no joelho, tórax e quadril. A polícia acredita que o suspeito foi atingido pelo próprio comparsa durante a luta corporal com a mulher que tentou impedir a ação.
Ele foi transferido para o Hospital Municipal de Contagem, onde segue internado sob escolta policial. O segundo suspeito, de 26 anos, ainda não foi localizado. A polícia segue em rastreamento.
Em nota, a Polícia Civil informou que os corpos das vítima foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal dr André Roquette e são submetidos aos exames de necropsias.
Já o suspeito de 23 anos foi ouvido por meio da Central Estadual do Plantão Digital e autuado em flagrante delito por cometer triplo homicídio qualificado e está à disposição da justiça. A PCMG esclarece que a autoridade policial também representou pela decretação da prisão temporária do conduzido pelo prazo de 30 dias, podendo ser prorrogada.