Heitor Felipe, Laysa Emanuele e Felipe Moreira Lima morreram durante uma festa de aniversário na noite de quinta-feira (23) em Ribeirão das Neves -  (crédito: Redes Sociais / Reprodução)

Heitor Felipe, Laysa Emanuele e Felipe Moreira Lima morreram durante uma festa de aniversário na noite de quinta-feira (23) em Ribeirão das Neves

crédito: Redes Sociais / Reprodução

As mortes de Heitor Felipe Moreira de Oliveira, de 9 anos, e Laysa Emanuele, de 11 anos, provocaram uma comoção popular e também instigou um possível conflito entre facções criminosas. De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), uma das vítimas da chacina, Felipe Moreira Lima, de 26 anos, pai dos aniversariantes, tinha envolvimento com o tráfico de drogas e era integrante de uma facção do Bairro Morro Alto, em Vespasiano, na Grande BH. Uma possível vingança pelas mortes das crianças tem sido tema de informações que circulam entre os moradores da região. 


De acordo com uma testemunha que mora no Bairro Morro Alto, que preferiu não se identificar, os conflitos na região ocorrem há meses. À reportagem, ela narrou o clima de tensão e falou sobre o policiamento constante da área. "Tá rolando uma guerra há meses. Eles estavam dando tiro ao menos três vezes por dia. Agora com essa morte, as facções querem fazer vingança pelo filho dele que morreu. Aqui está um clima tenso. A noite não tem ninguém na rua e a polícia passa toda hora", conta.


À reportagem, Tamyres Moreira, tia do Heitor, disse que a família não tem relação com os boatos de vingança. "Sobre essa questão de vingança, a família não tem nada a ver. São boatos de internet, nós não sabemos. O que nós queremos é justiça, a gente busca por justiça", disse Tamyres ao Estado de Minas

 

 

"Isso é um crime que revoltou tanto a população, a família está destruída, quanto policiais. Eu perdi meu irmão, meu sobrinho, perdemos outra criança. Perdeu pai, perdeu filho. Foi uma destruição para gente, independente de qualquer coisa", completou.

 

Em nota encaminhado à reportagem, a PMMG informou que está empenhando esforços por meio de "diversas operações integradas para a prevenção e combate aos crimes de homicídio e tráfico de drogas na região". Questionado se a corporação iria acompanhar o sepultamento das vítimas, que acontece na tarde deste sábado (25/5), a Polícia Militar informou que está ciente do velório e que estão sendo desenvolvidas diversas ações com o intuito de evitar novos desdobramentos do caso. Leia a nota na íntegra abaixo.

 

"A 3ª Região de Polícia Militar (3ª RPM), por meio das Equipes de Inteligência, do GER, do Tático Móvel e das demais equipes da 180ª Companhia PM/36 BPM, está empreendendo esforços através de diversas operações integradas para a prevenção e combate aos crimes de homicídio e tráfico de drogas na região.

Além disso, as equipes estão cientes velório, sendo desenvolvidas diversas ações de para evitar novos desdobramentos relacionados aos fatos.

A Polícia Militar reafirma seu compromisso com a segurança da comunidade e com a defesa da lei e da ordem, permanecendo vigilante na proteção dos cidadãos e na promoção da justiça."

 

Relembre o crime

 

A chacina aconteceu no fim da festa de aniversário de Heitor Felipe e de sua irmã, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na noite da última quinta-feira (23/5). Izaltina Luciana Moreira, mãe de Felipe e avó de Heitor, conta que dois homens aproveitaram que o portão do sítio estava aberto e entraram no local, já disparando as armas, “sem olhar em quem estavam atirando”. Os corpos das vítimas serão sepultados hoje, às 14h, no Cemitério Bela Vista, em Santa Luzia, também na Grande BH.

 

 

De acordo com o boletim de ocorrência, o alvo do ataque era Felipe Moreira Lima. Ele foi atingido por ao menos 12 disparos e morreu no local. Ainda conforme o registro, ele estava em disputa com traficantes do Bairro Bela Vista, em Santa Luzia, que queriam que a vítima passasse a comercializar os entorpecentes fornecidos por eles. O homem e a família já estavam recebendo ameaças de morte havia alguns meses.

 

 

Além de Felipe, Heitor e Laysa, três pessoas foram baleadas e encaminhadas a uma unidade de saúde: uma adolescente, de 13, atingida na canela, uma jovem de 19, ferida nas nádegas, e uma mulher de 41, baleada nas costas e cintura.

 

Durante o ataque, Izaldina e outras duas mulheres entraram em luta corporal com um dos atiradores, posteriormente identificado como um homem de 23 anos, para tentar impedir que mais vítimas fossem atingidas. A mulher narrou para a Polícia Militar (PM) que durante o embate o segundo homem começou a disparar contra elas. Ainda não se tem atualizações do quadro de saúde das vítimas. 

 

A família das vítimas farão um protesto na MG-010, neste sábado (25/5), após o sepultamento das vítimas. De acordo com a tia do menino, o local ainda está sendo definido, mas será em Vespasiano, também na Grande BH. Populares também devem participar da manifestação.