Começou nesta segunda-feira (27) a preparação para demolição do edifício anexo ao Conjunto Sulacap-Sulamérica, localizado na Avenida Afonso Pena, entre as ruas da Bahia e dos Tamóios, no Centro de Belo Horizonte. Segundo a Prefeitura, a obra vai reconstituir a Praça da Independência, que já existia desde o projeto original da década de 1940.
No local, já é possível avistar materiais de construção, poeira e muito entulho espalhado. Funcionários que estavam trabalhando pela manhã afirmaram que o trabalho começou na semana passada, com a colocação de tapumes e a sinalização para pedestres e motoristas, que ocupam metade da calçada. Mas a demolição de fato ainda não começou.
O comerciante Pablo Gonçalves, de 17 anos, que trabalha diariamente na banca ao lado do prédio, não concorda com a demolição. “Essa praça vai atrair moradores de rua, não tem motivo para construir, a população mesmo nem vai usar, o pior que retirarem as lojas daí”, relata.
A reconstituição da praça faz parte do programa de requalificação do Centro da capital, o Centro de Todo Mundo.
Revitalização
Marcados pela arquitetura da primeira metade do século XX, os edifícios Sulacap e Sulamérica - localizados no quarteirão formado pela Avenida Afonso Pena, Rua da Bahia e Rua dos Tamóios - abrigavam a Praça da Independência no vão entre os prédios que dava visão ao Viaduto Santa Tereza.
Com a construção do anexo, em 1970, autorizada pela Câmara de Vereadores, a fachada das duas edificações e a praça ficaram desfiguradas. As torres do Sulacap e do Sulamérica, cada uma com 15 andares, foram erguidas em substituição ao Edifício Sudameris, que abrigava a sede dos Correios, transferida para o prédio ao lado da PBH. O projeto é de autoria do arquiteto italiano Roberto Capello.
Prazo e investimentos
No ano passado, a PBH autorizou a demolição do prédio por meio de contratação direta, ou seja, com dispensa de licitação. A empresa que apresentou o menor preço para a elaboração do projeto foi a Potenza Soluções Prediais e Facilities Ltda.
Na época, o órgão municipal explicou que a contratação direta só foi possível por se tratar de projeto de baixo valor, dentro dos limites legais. Nesse caso, portanto, a lei não exige licitação. Eles destacam também que o trabalho elaborado pelo empreendimento deverá utilizar processos, tecnologias e metodologias referentes à Modelagem da Informação da Construção – BIM.
O investimento será de aproximadamente R$ 94,9 mil neste projeto. O prazo de execução do serviço de demolição é de 90 dias. Em relação a reconstrução da Praça da Independência, a PBH foi procurada para informar a previsão de conclusão, mas até o momento não houve retorno.
* Estagiário sob supervisão do editor Benny Cohen