Na quarta (29/5), os docentes vão decidir se prorrogam ou encerram a paralisação na instituição -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Na quarta (29/5), os docentes vão decidir se prorrogam ou encerram a paralisação na instituição

crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press

A greve dos professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) terá uma nova etapa nesta semana. Na quarta-feira (29/5), em assembleia geral, os docentes vão decidir se prorrogam ou encerram a paralisação na instituição, diz o Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (APUBH). A greve já dura mais de um mês

 

Na última assembleia geral de professores da UFMG, realizada no dia 17 de maio, a categoria rejeitou a proposta de reajuste do governo Federal e decidiu pela continuidade da greve. Em nota enviada ao Estado de Minas, o APUBH informou que é prematuro fazer qualquer afirmação acerca dos próximos passos do movimento grevista nacional e da universidade.

 

 

“Os sindicatos têm total autonomia para que sua base avalie a proposta apresentada pelo governo federal. A avaliação da proposta é sempre técnica e política. A resposta de cada sindicato do setor da educação é enviada para as entidades representativas compilarem o resultado das assembleias e o levar para o governo”, disse a entidade, na nota.

 

Decisão nacional

Diante da proposta feita pelo governo federal, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços (MGI) realizou mais uma reunião nesta segunda-feira (27/5) para discutir a paralisação com as entidades nacionais. Segundo o MGI, a proposta final oferecida não prevê aumento para 2024, mas sim um reajuste gradual a partir de janeiro de 2025, que começará com 9% para os técnicos-administrativos (TAE) e professores.

 

As entidades participantes são a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).

 

 

Na reunião da mesa de negociação permanente realizada no dia 15 de maio, o governo federal apresentou uma contraproposta às entidades representativas e indicou a data desta segunda-feira (27/5) para a assinatura do termo de acordo por uma das entidades nacionais presentes à mesa.

 

A proposta do governo foi recebida de forma distinta pelo Andes e pelo Proifes, que divergem sobre o fim da paralisação. O Andes e outras entidades representativas das categorias paralisadas reivindicam a continuidade das negociações, por isso, rejeitaram o acordo e optaram por dar continuidade à greve. A contraproposta do sindicato reivindica percentuais de 3,69% em agosto de 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio 2026. "Em rodada de deliberações na semana passada, das 60 assembleias realizadas, 58 rejeitaram integralmente a proposta do governo". 

 

Por outro lado, o Proifes assinou o acordo e colocou um ponto final à paralisação. "Na mesa (de maio) ficou evidente que a proposta do governo, anunciada como final, dialogava com a contraproposta formulada pelo Proifes", informaram. 

 

O MGI informou que "as demais instituições que não assinaram o acordo terão mais prazo para levarem novamente a proposta para suas bases e poderão assinar o acordo posteriormente".  

 

A proposta

A última versão apresentada aos docentes manteve a proposta de não ter reajuste salarial em 2024 e ofereceu 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, responsável por conduzir as negociações, propôs à categoria reajustes que chegam a 43% em quatro anos, considerando o aumento de 9% já concedido no ano passado para todos os servidores federais.

 

A oferta apresentada pelo governo durante a mesa específica de negociação é de reajuste em duas parcelas, janeiro de 2025 e maio de 2026, que variam de 13,3% a 31,2% até 2026. Com o reajuste proposto, os professores no nível inicial da carreira passarão a receber R$ 13.753 e no final da carreira (professor titular) o salário será de R$ 26.326.

 

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa