O crime ocorrido em 2004 ficou conhecido como a chacina de Unaí -  (crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press)

O crime ocorrido em 2004 ficou conhecido como a chacina de Unaí

crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press

Um dos condenados pela Chacina de Unaí foi preso nessa terça-feira (28), em Estância, município de Sergipe.

 

Rogério Alan havia sido preso, em 2004, pelo homicídio de três fiscais e um motorista do Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais.

 

 

Segundo a Polícia Militar de Sergipe, a prisão foi efetuada pelos militares do Batalhão de Ações Táticas do Interior (BPATI). A captura do foragido começou por volta das 12h, quando os militares receberam informações de que um foragido da justiça de Minas Gerais estava na região.

 

 

De imediato, os policiais foram ao endereço indicado e localizaram o condenado. Em consultas ao sistema de informação da polícia, ficou constatado que o homem tinha contra ele um mandado de prisão, emitido pela Vara Criminal da Infância e da Juventude de Bocaiúva, em Minas Gerais.

 

A Polícia de Sergipe informou que o condenado foi encaminhado à autoridade policial competente para adoção das medidas cabíveis.

 

Chacina de Unaí, 20 anos

 

Há exatamente duas décadas os auditores fiscais do Ministério do Trabalho, Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida Gonsalves e o motorista Aílton Pereira de Oliveira faziam fiscalização sobre trabalho análogo à escravidão na região rural de Unaí, no Noroeste de Minas Gerais, quando foram emboscados pelos pistoleiros Rogério Alan Rocha Rios, Erinaldo de Vasconcelos Silva e William Miranda.

 

Os assassinos foram condenados em 2013. Rogério, a uma pena de 94 anos de prisão; Erinaldo, a 76 anos; e William, a 56 anos, a serem cumpridos na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Eles agiram a mando dos fazendeiros José Roberto de Castro e dos irmãos Norberto Mânica e Antério Mânica.

 

Um dos mandantes, Antério Mânica, chegou a vencer as eleições para prefeito de Unaí, no mesmo ano das execuções, com 72,37% dos votos, mesmo estando preso em Belo Horizonte, após denúncias do Ministério Público Federal de Minas Gerais (MPF-MG). Em 2008, ele foi reeleito. Os irmãos Mânica contactaram Francisco Elder Pinheiro e Hugo Alves Pimenta, responsáveis por intermediar a contratação dos assassinos, segundo o processo.

 

O dia 28 de janeiro foi declarado como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, em homenagem aos quatro servidores da fiscalização do trabalho assassinados em emboscada no interior de Minas Gerais em 2004, quando apuravam denúncias de exploração de trabalhadores na região.