Os cartazes foram afixados já nesta terça-feira (28/5) no Bairro Floresta -  (crédito: Arquivo pessoal / Roberto Aleixo)

Os cartazes foram afixados já nesta terça-feira (28/5) no Bairro Floresta

crédito: Arquivo pessoal / Roberto Aleixo

Nesta terça-feira (28/5), algumas casas da Rua Machado, no Bairro Floresta, região Centro Sul de Belo Horizonte, amanheceram com cartazes pendurados, com os dizeres: “Sim, a Catarina tem donos, têm moradia, tem alimentação, tem amor, carinho e muito cuidado. Não perturbe”.

 

O anúncio surgiu após um carro rondar o local na última sexta-feira (24/5) e colocar a gatinha em uma gaiola de gatos no sábado (25/5). Dois tutores da Catarina presenciaram a situação e impediram que a gata fosse levada, mas o fato despertou a atenção de todos os tutores da gata.

 


A gata Catarina nasceu há cerca de 11 anos na casa do aposentado Roberto de Castro Aleixo, de 78 anos. O idoso se afeiçoou pelo animal e começou a cuidar dele, mas a gata conquistou outros moradores da rua Machado. O bichano, muito independente, passou a frequentar a casa de vizinhos, que também se afeiçoaram por Catarina. Hoje, os moradores de quatro casas dividem a tutoria da gatinha.

 


O acordo sempre funcionou bem até a última sexta-feira, quando um carro passou a rondar a vizinhança em busca de pegar Catarina. “Eu fiquei sabendo que sexta-feira essas três pessoas já tinham dado uma passada aqui e já tinham rondado, estavam rondando. No sábado, eu conversei com eles, mas antes de eu conversar, o vizinho, que a gata frequenta lá e põe comida lá, entra dentro da casa dele viu que a gatinha tinha sido capturada, estava dentro de uma gaiola pet”, explica Roberto Aleixo.


O aposentado conta que eram três pessoas: duas mulheres e um homem, mas que nem ele nem o outro tutor que presenciou a situação conhecem as pessoas. “Eles falaram que iam levar a gata porque ela está abandonada, disseram que iam vacinar. Mas o meu vizinho explicou que ela não está abandonada, que ela frequenta as casas, tem comida, tem carinho, tem água, tem abrigo. E mandou soltar a gata.”, completa.

 


A situação deixou o tutor estressado. “Me senti invadido e fiquei com aquela coisa na cabeça, a conversa que eu tive com essas três pessoas, ficou rodando na minha cabeça, mas eu perdi o sono, fiquei preocupado, aí comecei a falar com todos os amigos, as pessoas aqui vizinhas, e uma amiga minha, que é defensora pública, providenciou os cartazes”, desabafa.


Na terça-feira, quando os cartazes já estavam nas casas, o carro fez uma terceira visita. Mas o Roberto ressalta: “Da próxima vez anotaremos a placa”.


Os cartazes foram produzidos por iniciativa de uma das tutoras, Karine Costa Cabral, como forma de impedir novas tentativas de pegar a gatinha. “As pessoas gostam muito dela. E agora estamos de sobreaviso se esses três indivíduos vão voltar para tentar mais uma vez, talvez na quarta vez, já vieram três, para tentar levar ela e a gente vai lutar para não deixar. Não vai sair daqui para morar não sei aonde, não sei a intenção dessas pessoas. Querem um gato doce para beber ou para criar, né? Então aí resolvemos pôr a boca no trombone, fizemos os cartazes, avisamos a vizinhança”, finaliza o aposentado.