Professores da UFMG rejeitam proposta do governo e mantêm greve -  (crédito: Divulgação/APUBH UFMG+)

Professores da UFMG rejeitam proposta do governo e mantêm greve

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A greve dos professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) continua. Em assembleia geral, realizada nesta quarta-feira (29/5), os docentes decidiram estender a paralisação na instituição, rejeitando o acordo firmado na segunda (27/5), entre o governo federal e a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes).


 

“Chegamos à confirmação da continuidade da greve na assembleia de professores e professoras de Minas Gerais. Todas as universidades do estado permanecem em greve até o momento, as que não estavam se somaram à decisão”, disse Gustavo Scheffer, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Ele afirma que a decisão do governo de assinar com a Proifes não representa as demandas dos servidores. 


 

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços (MGI) se reuniu na última segunda-feira (27/5) para discutir a greve com as entidades nacionais. O dia 27 de maio foi a data limite estipulada para a assinatura da proposta.


As entidades participantes foram a Proifes, o Andes e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).


O que foi definido diferiu bastante do que foi demandado pelo Andes, que representa 90% das entidades de base. O governo acordou com o que foi estipulado pelo Proifes, que representa apenas 10% dos sindicatos. “O governo achou que assinando com uma entidade poderia estender essas condições aceitas por ela a todos os professores”, diz Maria Barbato, presidente do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (APUBH).


 

A presidente do sindicato docente diz que a assembleia mostrou muita indignação pela forma como foram tratados. “É uma coisa a se lamentar. Nossa luta não é apenas pela nossa remuneração, o que já é muito importante, mas pela permanência dos alunos e um orçamento que mantenha-os na universidade”, explica. Ela afirma que a Proifes carece de carta sindical e os classifica como uma “pseudo-entidade”. Maria Barbato entende que a proposta avança em alguns pontos, mas continua insuficiente e insatisfatória.


A proposta


Os servidores pediam um reajuste de 7,06% em 2024, de 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em 2026. Mas o governo negou a proposta e ofereceu o reajuste gradual, com 9% a partir de janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026 para os técnicos administrativos (TAE) e professores.


A Terceira Vara Federal de Sergipe atendeu uma demanda proferida nesta quarta-feira (29/5) da associação dos docentes da Universidade Federal de Sergipe (UFS) para determinar que a União Federal se abstenha de firmar acordos com a Proifes durante a mesa de negociação que trata da reestruturação da carreira e sobre a deflagração da greve. A liminar define que não é válido que eles decidam por toda uma categoria. “Não é uma decisão definitiva, mas nos alegramos com esta liminar que finalmente respeita a categoria em greve”, Maria reconhece.


 

A Proifes disse, em nota, que os “questionamentos sobre o tamanho de cada sindicato, em um processo decisório federativo, são equivocados” e que “O Sindproifes representa todos os docentes que não estão na base do Andes, partindo do princípio constitucional da liberdade de associação. E duas das três universidades da base da Adufg aceitaram o acordo. Portanto, a estrutura federativa respeitou a decisão de suas bases e preservou os princípios federativos e, por conseguinte, a assinatura do Termo de Acordo, pelo Proifes-Federação, obedeceu a todos os requisitos políticos necessários para a sua legitimidade”.

 

Com muita insistência, a presidente da Apubh afirma que foi marcada uma nova reunião no dia 3 de junho junto ao governo e que, mesmo não tendo grandes expectativas, entende que foi um ganho. Em relação aos professores que não aderiram à greve, ela chancela como um problema. “A luta é coletiva e os resultados são para toda a categoria”, diz.

 

“A greve está forte, e esta pressão permitiu a insistência para conseguirmos novos espaços. A expectativa é que, até o dia 3, haja uma nova resposta a todas as demandas. Não houve nenhum retorno sobre a questão do orçamento, uma recomposição de 2 bilhões e meio, valor que permite a finalização do ano sem déficits, sem contar as pautas não econômicas, muito fáceis de serem atendidas. A contraproposta é razoável, a pauta econômica é de recomposição de perdas. Não é um ajuste real, é para recompor perdas. O pedido está bem abaixo disso, inclusive. É um pequeno impacto orçamentário a mais do que a proposta da Proifes aceita pelo governo”, completa.

 

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata